Coordenador do curso de Direito da Pitágoras Governador Valadares comenta o que se espera do advogado do futuro; profissão é uma das cinco com melhor salário entre os admitidos no primeiro emprego
Nesse contexto de isolamento social, que impede atividades e encontros presenciais, a área e o profissional estão tendo que se reinventar. Inúmeros escritórios e bancas de advogados, bem como departamentos jurídicos de empresas, estão operando quase totalmente em home office, com resultados que em muitos casos revelam aumento de produtividade das equipes.
“Como as demais carreiras, a necessidade de isolamento social tornou o trabalho telepresencial e, com isso, passamos a utilizar ferramentas tecnológicas para manter o relacionamento com os clientes e o andamento das atividades. Hoje, nós atendemos e fazemos reuniões totalmente virtuais, o que há pouco tempo atrás não era comum”, explica Michell Guerra, coordenador do curso de Direito da Pitágoras Governador Valadares.
Outra alteração significativa foi em relação às audiências. Em março, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) estabeleceu para o Poder Judiciário um regime de plantão extraordinário e, em abril, procedimentos para a realização de audiências em primeira instância, bem como julgamentos recursais, com o uso de videoconferência.
“Os processos mais recentes já funcionam de forma eletrônica, na Justiça Comum, do Trabalho ou Federal. A advocacia já começou a se adaptar e não há dúvidas sobre a importância e necessidade de tecnologia nos escritórios como forma de otimizar os processos. Por isso, torna-se imprescindível ao profissional a habilidade digital para uso desses recursos agora e também no pós-pandemia”, afirma.
“Na área do Direito podemos dizer que as mudanças foram rápidas e abruptas, pois as audiências só aconteciam de forma remota em casos excepcionais. Hoje, o excepcional virou rotina e precisamos estar preparados para novas mudanças que podem surgir. Esse movimento deve ser uma tendência, os escritórios precisam acompanhar cada vez mais de perto a transformação digital da sociedade e do mundo do trabalho, mesmo após a pandemia, por facilitar a operacionalização dos sistemas por parte do judiciário”, frisa o docente.
No entanto, a mudança na carreira e na atuação dos advogados precisa ser bem estruturada e planejada, para garantir o direito de acesso a todos, segundo Michell.
“Precisamos lembrar que, além dos advogados e juízes, existem leigos envolvidos no processo e que nem sempre estão preparados para dispor dos recursos tecnológicos. É uma tendência, mas deve ser olhada com cuidado, para preservar as garantias das pessoas envolvidas, como de ampla defesa, acesso e contato com todas informações do processo”, completa.
Em relação ao futuro do profissional, o coordenador não deixa dúvidas de que se destacará aquele que se adaptar mais rapidamente à nova realidade, aproveitando o momento de adversidades para desenvolver competências indispensáveis ao novo mercado de trabalho.
“A pandemia nos mostrou que além do conhecimento técnico, indispensável à profissão, algumas softskills serão muito valorizadas no pós-pandemia. A resiliência e flexibilidade para lidar com o imprevisível, organização e engajamento com as tarefas mesmo com a distância física da equipe, proatividade e criatividade na entrega de soluções e a capacidade de comunicação por meio de plataformas digitais são alguns exemplos do que se espera do advogado do futuro”, conclui Michel Guerra.
*Com informações da Pitágoras|GV.