Entidades de classe (Associação Comercial, CDL, Sindicato dos Bares e Restaurantes e representantes de supermercados) e representantes da Prefeitura de Governador Valadares se reuniram na manhã desta sexta-feira (13) para discutir formas de conscientizar a população sobre a gravidade da pandemia de Covid-19 e, assim, evitar que a cidade volte para a onda vermelha.
De acordo com comunicado da Associação Comercial e Empresarial (ACE), divulgado na tarde de hoje (13), na próxima semana serão realizadas “ações maciças e pesadas” da prefeitura, em parceria com os supermercados e entidades, para conscientizar a população de que “a pandemia não acabou”.
O texto da ACE cobra esforços especialmente da população, de comerciantes e empresários: “vamos lembrar a comunidade que é preciso usar máscara, álcool gel, manter o distanciamento social para que a cidade não feche. Vamos enfatizar junto aos empresários que é preciso exigir o uso de máscara para entrar em seu estabelecimento, que é obrigatório disponibilizar álcool gel”.
Em outro trecho, diz a nota: “se os comerciantes não colaborarem e a população não se conscientizar, a cidade será fechada e todos serão prejudicados (…) E tudo isso por falta de consciência e por não estarem cumprindo os protocolos”.
A ACE, porém, evitou cobrar do governo André Merlo (PSDB) medidas mais efetivas para diminuir os efeitos da Covid-19 na vida dos valadarenses. Para isso, o município recebeu mais de R$ 58 milhões para serem gastos no enfrentamento ao novo coronavírus.
Trapalhada
O comunicado da Associação Comercial e Empresarial (ACE) foi emitido por volta das 16h desta sexta-feira. A princípio, ele informava que a reunião realizada de manhã teria tido a participação do Ministério Público Estadual (MPE).
O texto ainda afirmava que “ficou decidido o cancelamento dos eventos políticos que geram aglomeração para este sábado, véspera de eleição, como caminhadas e carreatas”.
Poucos depois, a ACE publicou uma ‘errata’ informando que a reunião teria ocorrido apenas com a presença da prefeitura e entidades de classe, portanto, sem o Ministério Público. A entidade também confessou que “não ficou definido o cancelamento de eventos políticos, mas sim sugerido que as coligações não realizem atos com aglomerações”.
O fato da anulação das atividades de campanha, previstas para este sábado, ter sido cogitado durante a reunião foi recebido com estranheza para as coordenações de campanha, já que esta decisão caberia apenas à Justiça Eleitoral.
“Depois de 50 dias de campanha a associação comercial, prefeitura e supermercados resolvem abrir os olhos para a pandemia para tentar proibir atividades na véspera da eleição? A quem interessa isso?”, questionou um coordenador.