Projeto Mutum: 31 anos protegendo aves silvestres ameaçadas de extinção

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As espécies reintroduzidas são monitoradas periodicamente na área de soltura e arredores. Foto: Divulgação/Cenibra

 

O Projeto Mutum – Reintrodução de Aves Silvestres Ameaçadas de Extinção, desenvolvido por meio de um acordo de cooperação técnica e científica entre a Cenibra e a Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre (Crax), está completando 31 anos.

O projeto é desenvolvido na RPPN Fazenda Macedônia, sediada no município de Ipaba-MG. Mas base do trabalho da Crax está no seu Centro Pesquisas, localizado em Contagem-MG, onde é feita a preparação e o manejo adequado, de forma a proporcionar à ave mais facilidade de readaptação ao habitat natural, até seguirem para a Fazenda Macedônia, onde são reintroduzidas.

Ao longo desses 31 anos, foram realizadas a reintegração ao habitat natural de aves como mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii), macuco (Tinamus solitarius), capoeira (Odontophorus capueira), jaó-do-sul (Crypturellus n. noctivagus), inhambuaçu (Crypturellus obsoletus), jacuaçu (Penelope obscura bronzina) e jacutinga (Aburria jacutinga).

Considerando as sete espécies contempladas no projeto, um total de 480 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural até o presente momento. Essas aves são monitoradas periodicamente para se obterem dados relativos à adaptação, dispersão, predação e reprodução.

Um total de 313 filhotes nascidos em vida livre já foi registrado durante os monitoramentos em campo. No entanto, estima-se que este número de filhotes seja expressivamente maior, pelo fato de as matas da RPPN Fazenda Macedônia serem conectadas a outras áreas preservadas pela Cenibra, o que possibilita a dispersão das aves para outras regiões.

“O Projeto Mutum é um exemplo efetivo de que a reprodução em cativeiro associada à reintegração das espécies ameaçadas ao seu ecossistema natural pode ser uma solução para prevenir sua extinção. A iniciativa desenvolvida pela Cenibra na Fazenda Macedônia representa uma esperança de sobrevivência a essas aves típicas da Mata Atlântica”, avalia Edson Valgas de Paiva, biólogo e especialista do Departamento de Meio Ambiente e Qualidade.

Destaque internacional

O mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii) figura em um grupo de pelo menos 21 espécies de aves que foram salvas de extinção nos últimos 30 anos em razão de esforços de conservação. É o que diz o levantamento de uma equipe de pesquisadores internacionais, liderada por cientistas da Newcastle University, do Reino Unido.

“O objetivo do estudo era saber quantas extinções foram evitadas desde 1993, quando entrou em vigor a Convenção sobre Diversidade Biológica, e desde 2010, quando foram adotadas as últimas metas relativas a ela, incluindo aquela sobre prevenção de extinções. Após um extenso levantamento, os pesquisadores apuraram que ações de conservação evitaram entre 21 a 32 extinções de aves e sete a 16 de mamíferos desde 1993, e entre nove a 18 extinções de aves e dois a sete mamíferos desde 2010”, explica Edson Valgas.

O estudo menciona que cinco espécies conseguiram melhorar seu status graças a esses esforços de conservação. São elas a choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi), o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu), o mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii), a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii).

**Com informações da Cenibra.

 

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