Ato contra homofobia em Valadares pede punição para agressores do bar República

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ativistas protestam em frente à delegacia
Manifestantes protestam em frente à delegacia para cobrar punição a agressores do bar República (foto: Andréa Costa)

Com cartazes com mensagens contra a homofobia, o preconceito, dados estatísticos sobre mortes de homossexuais no Brasil, entre outras, um grupo de ativistas, em sua grande maioria jovens entre 17 e 28 anos, realizou um protesto nesta terça-feira (26), a partir das 18h30, em frente à delegacia da Polícia Civil em Governador Valadares, após três homens promoverem um ataque homofóbico a clientes do bar República, na noite do último domingo (24).

A mobilização para o ato, chamado Basta de Homofobia em GV, foi feita por meio do Facebook. A finalidade era apoiar as vítimas, incentivar as pessoas a denunciar casos similares e, principalmente, cobrar punição aos agressores, explicou a estudante de direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/GV), Thais Fontes, 20, uma das coordenadoras da manifestação.

Frequentadora do bar República, que fica no cruzamento das ruas Bárbara Heliodora e Barão do Rio Branco, no centro da cidade, Thais Fontes presenciou todo o ocorrido. Um dia depois, começou a mobilizar o ato, que contou com a presença das vítimas e de testemunhas das agressões, que registraram boletins de ocorrência na Unidade de Atendimento Integral (UAI), além de apoiadores da causa contra a homofobia.

Um dos manifestantes, Vinícius Rodrigues, 19, disse que não entendia o motivo de alguém ir a um bar com o intuito único de agredir cidadãos do bem. “Pedimos justiça. Sabemos que homofobia não é considerado crime no Brasil, mas pedimos justiça. Essas pessoas entraram em um local onde é normal ter frequentadores do grupo LGBT, e começaram, sem nenhum motivo, a insultar e agredir as pessoas”.

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Manifestante Vinícius Rodrigues, 19, reforça que objetivo do ato é pedir justiça

Entenda o caso

Tudo aconteceu entre as 22 h e 22h30 do último domingo. Patrick Rosa Costa,24, chegou sozinho ao bar, sem camisa, descalço e completamente transtornado. Ele queria entrar para comprar cerveja, mas foi barrado pelos seguranças, já que estava sem camisa.

Minutos depois, ele retornou com outros dois colegas: Paulo Lima Batista, 31, e Rodrigo Rodrigues Nunes, 20. Uma vez dentro do bar, os três começaram a ofender os frequentadores e a gritar frases de ódio, como “aqui só tem veado” e “vamos peneirar esses veados daqui”, e começaram a empurrar as pessoas.

“Um deficiente auditivo, que não percebeu o que estava acontecendo, começou a ser agredido. Um colega dele tentou ajudar, mas também se tornou vítima dos agressores”, contou Thais Fontes. Em minutos o bar, que apresentava o evento Brasileiríssima, se tornou um espaço de pancadaria.

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Judson Gomes Martins, deficiente fonoauditivo, uma das vítimas das agressões (foto: Reprodução/Facebook)

A polícia e o Samu foram chamados. Quando a PM chegou ao local, os agressores já haviam se retirado. Pouco depois, os três foram presos no Hospital Municipal, onde também provocaram um início de confusão, ameaçando apontar uma arma de fogo para os servidores, caso o atendimento não fosse imediato.

Na delegacia, os agressores foram reconhecidos pelas vítimas e por testemunhas, prestaram depoimentos e foram liberados.

 

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Paulo Lima, Patrick Rosado e Rodrigo Nunes foram identificados como os agressores do bar República (foto: Reprodução/Facebook)

 

 

 

 

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