Ao contrário do que assegurou o prefeito de Governador Valadares, André Merlo (PSDB), no final do ano passado, o governo não pagará o reajuste de 33,24% no piso salarial dos professores da educação básica. O anúncio foi feito na tarde de ontem (24), por meio de um vídeo postado nas redes sociais.
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No dia 28 de dezembro, o chefe do Executivo apareceu em um outro vídeo, junto com o secretário de Educação, José Prata, deixando claro que estava ciente do reajuste em mais de 30% e garantindo que a prefeitura tinha condições de cumprir o pagamento: “nós estamos preparados para pagar o piso, pra continuar pagando o piso”, prometeu.
O vídeo em questão tratava de explicar a recusa do prefeito e do secretário de Educação em efetuar o rateio das sobras dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e acalmar a categoria.
Menos de três meses depois, André Merlo usa o mesmo meio para se comunicar com os servidores – mensagem em vídeo -, porém, o discurso mudou.
“Fizemos conta inclusive para pagar o piso do professor, nós não temos condição, esse piso que foi proposto pelo governo federal, de 33% …nós pagamos hoje o piso, mas não temos condições de reajustar”, anunciou.
Ele ainda acrescentou: “se reajustasse, nós iríamos pagar somente os professores esse reajuste e ninguém mais teria nenhum percentual no seu vencimento”, dramatizou.
Piso é lei
O reajuste do piso salarial profissional nacional do magistério, a partir de 1º de janeiro de 2022, é de 33,24%, passando a remuneração mínima de R$ 2.886 para cerca de R$ 3.845.
A lei que trata do piso do magistério é a de número 11.738 e foi instituída em 2008, no governo do ex-presidente Lula (PT), com a finalidade de oferecer aos professores uma remuneração digna.