Qual o tempo que devemos esperar? Qual a medida certa rumo ao destino? O que ou quem dirá que, enfim, chegou o momento certo? Inquietudes que nos acometem.
Um dia, 24 horas. Uma noite, um tormento. Um beijo, bolha de sabão. Uma dor, eternidade. Onde está o tempo?
Deus fez o mundo em 7 dias e a vida em 9 meses. Os homens definiram o ano em nascer, viver e morrer, por longos 365 dias, dos quais março e agosto são infinitos. A música que toca no rádio é uma saudade do meu pai. A que ouço agora é um mistério. Quando ambas terminarão em minha mente? Quanto tempo esperamos no ponto de ônibus, nas eleições para eliminar o monstro (eliminou!), no intervalo, nas coincidências, as quais não existem? Quantas voltas precisamos enxergar no relógio para entender que o tempo não para e o coração não interrompe seu fluxo?
Existiria o tempo? Já ouvi várias vezes essa pergunta e um sorriso, nesse instante, estampa em meu rosto. Doces ironias que espalho em migalhas, pegadas que deveria seguir.
Não há tempo de espera. Não há espera. E o tempo é só a medida para alcançar a decisão, ato de coragem, que muda o curso da vida. Se íamos, teimosamente, pelo caminho da direita, chegou o momento da virtude, da grandeza, de decidir ir por outra estrada. Para quem sabe ler…leram, ainda bem, companheiro e companheira.
A espera é a reflexão sobre o próximo passo. Este é a medida para a mudança. E, por fim, essa é necessária, pois, mudança faz parte da vida.
Lagarta e borboleta. Tempestade e calmaria. Choro e nascimento. Saudade e reencontro. Desentendimento e perdão. Abraços em outros abraços.
Nunca houve espera. Nunca houve um tempo. Sempre foi na nossa mente todas as circunstâncias que proporcionam o que somos agora. E o que somos?
Alguém esperando por você agora. Não espere mais. Março ainda está aí e a vida não exige esperar. Exige, apenas, que viva. Todo o resto é irrelevante. A loucura é divina.
E, Deus, não é infinito? O que Ele aguarda? O que Ele espera?
No seu abrir de olhos o destino que sempre quis.