Em reunião com vereadores, Hercílio Diniz aponta novos desvios de dinheiro no governo André

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Em reunião com vereadores, Hercílio Diniz aponta novos desvios de dinheiro no governo André
Hercílio Diniz também contou sobre um esquema de propina nas obras do aeroporto. Foto: Divulgação

Novos indícios de mau uso do dinheiro público pelo prefeito André Merlo (União) foram apontados pelo deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB) em uma reunião que ocorreu no dia 3 de janeiro, em seu escritório político no bairro Morada do Vale, em Governador Valadares, com cinco vereadores e o presidente do MDB local, Júlio Pêgas.

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As recentes denúncias estão em uma ata que registrou as conversas do parlamentar federal com os vereadores Regino Cruz (Podemos), presidente da Câmara Municipal, Fernando da Luz (Agir), vice-presidente, Paulinho Costa (PDT), Careca do Santa Rita (PTC) e Betão do Porto (Rede). Segundo uma fonte, o documento foi registrado em cartório.

Em dezembro do ano passado, o deputado também vazou um vídeo acusando a existência de irregularidades na gestão do prefeito de Valadares. Desta vez, trata-se de recursos de emendas parlamentares destinados pelo deputado Hercílio e que teriam sido desviados de seus propósitos.

R$ 2,5 milhões teriam chegado aos cofres da prefeitura para atender solicitações específicas

  • R$ 600 mil para o 6º Batalhão da Polícia Militar, pedido pelo então Capitão Everton, para melhoria das instalações físicas, incluindo parte elétrica e hidráulica.
  • R$ 400 mil para a Creche Tereza de Calcutá, para obras na quadra da escola (piso, pintura, cobertura). Sobre esse valor, o deputado conta que o secretário de Educação, Geraldo Prata, informou que não iria realizar a obra, pois “existiam outras creches que ficariam desassistidas e enciumadas”. O deputado não achou justo e rebateu dizendo que as outras entidades também poderiam procurar o mesmo apoio.
  • Valores diversos para investimentos na construção de duas pontes (no BNH do São Pedro e no bairro Penha); de uma capela velório; pavimentação de vias urbanas; melhorias no quartel do Tiro de Guerra.
  • R$ 8 milhões para o Hospital Samaritano. O dinheiro, após cair na conta do município, teria que ser repassado ao hospital. Mas segundo o deputado, o prefeito justificou que existia uma dívida do Governo do Estado com a cidade, e por isso, não repassaria a verba para o Samaritano.

Outros recursos enviados para o município e que não teriam sido aplicados

  • R$ 1 milhão para a construção de uma UPA no bairro Fraternidade.
  • R$ 1.5 milhão para a construção de uma escola.
  • R$ 500 mil para a reforma da escola Ronaldo Perim.
  • R$ 500 mil para reforma de praças.

A prefeitura de Valadares foi procurada para comentar o assunto. Caso haja retorno, a matéria será atualizada.

Críticas

O encontro com Hercílio Diniz teria sido provocado pelo vereador Regino Cruz. Logo no início da conversa, conforme o texto do documento, o deputado cobrou um convite que seria feito pelo Legislativo para que ele comparecesse ao plenário da Câmara para prestar esclarecimentos a respeito de um áudio veiculado em dezembro, em que ele acusa possíveis desvios de recursos no atual governo.

O vereador Paulinho Costa se enrolou na resposta, primeiro afirmando que o convite havia sido protocolado em um escritório de Hercílio Diniz, no centro da cidade. O deputado, porém, disse que desconhecia o endereço, e, no final, Paulinho Costa voltou atrás para dizer que o convite ainda não havia sido enviado.

Em um momento da reunião, que oscilou entre lavar roupa suja e desabafar, o deputado reclamou da falta de atenção da Câmara com as entidades da cidade, principalmente na divulgação da votação de projetos de interesse das categorias representativas do município.

Ele também criticou a falta de respeito do Legislativo ao princípio da transparência ao falar sobre o aumento de salário dos vereadores, no final do ano passado, “que foi votado sem o conhecimento público e sem o conhecimento de alguns vereadores da própria Casa”.

Ainda sobre o Aeroporto Coronel Altino Machado, Hercílio Diniz lamentou a não realização de audiência pública na Câmara para esclarecer os motivos da paralisação dos serviços de reforma. Ele também revelou um suposto esquema de propina na obra do aeroporto, envolvendo um secretário da prefeitura de Valadares.

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