Sentada na minha cadeira, em frente ao meu notebook, na minha sala de psicologia, na escola…. Foi que a minha ficha caiu que nada é meu.
Estou de passagem, assim como muitos já estiveram, e hoje ocupo o lugar que um dia lhes pertenceu.
Mas mesmo com essa certeza, de que nada me pertence, há coisas que me fazem sentir pertencida a este lugar.
Seja em cada acolhida, que me faz entender um pouco do universo de alguém.
No ato de me doar por inteira na escuta de palavras que nunca foram ditas, mas que agora foram.
Na alegria de compartilhar momentos de reflexão sobre a vida com aqueles que têm mais a ensinar do que aprender.
Na honra de receber emoções em forma de poemas cheio de vitalidade, esperança e sonhos.
É isso que me move… E me faz sentir pertencida a este lugar!
Não ao lugar concreto das cadeiras, sofá, eletrônicos e livros, mas o lugar simbólico que eles me confiaram.
Como é bom saber que meu eu pode ser morada da dor, do sofrimento, da alegria, do sonho, e de novos significados.
Como é bom saber que neste lugar, posso ser quem sou, e deixar transbordar toda gama de emoções que ora vem em palavras, ora vem em silêncios…
Como é bom ser morada dos olhares, que dentro de mim, podem ser decodificados e transbordados, para depois serem ressignificados.
Sou grata! Aos meus lugares: Ao que não me pertence, mas que proporciona o lugar que de fato me faz sentir pertencer.