PREFEITO ROMPE CONTRATO E DEIXA SEM LUGAR AVIAÇÃO DE PEQUENO PORTE EM VALADARES

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Hangar no Aeroporto Coronel Altino Machado, em Valadares (Foto: Divulgação/Foursquare)

Proprietários de aviões de pequeno porte em Governador Valadares terão que retirar suas aeronaves do hangar 5, localizado no Aeroporto Coronel Altino Machado de Oliveira.

O aeroporto local conta com seis hangares de empresários de Valadares e região. A média é de quatro aeronaves por hangar, mas o de número 5 abriga sete aviões.

O contrato de concessão de uso ainda venceria em 2021, mas foi rescindido pelo prefeito André Luiz Merlo (PSDB), em janeiro, sem prévio comunicado aos usuários do espaço.

O motivo da desapropriação, segundo informou a Prefeitura, seria a implantação de uma base descentralizada do 3º Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar, para ações de resgastes e salvamentos, utilizando um helicóptero que será destinado pelo governo de Minas ao município de Valadares.

Sem querer ser identificado, um dos usuários do hangar disse que não houve nenhum estudo que indicasse a necessidade de um helicóptero desse porte na cidade. “Não há demanda para helicóptero aqui, vão fazer o resgate e levar para onde? para o Hospital Municipal? Será que vão construir um heliponto lá?”, contestou.

Outro ponto diz respeito à manutenção do equipamento. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o helicóptero modelo AS350 B3 tem custo de R$ 14,5 milhões.

A SES não confirmou se a manutenção e seguro da aeronave serão por conta do Estado. Informou apenas que técnicos da secretaria farão o acompanhamento para que seja mantido o mesmo padrão de qualidade e segurança na assistência à população.

A Prefeitura de Valadares também não quis comentar sobre a responsabilidade da manutenção do veículo e nem se há perspectiva de construção de um heliponto no Hospital Municipal, para pouso do helicóptero após eventual resgate.

Os proprietários de aviões de pequeno porte, que há 17 anos utilizam o espaço, tentam derrubar na justiça a rescisão unilateral do contrato. Também esperam fazer um acordo com o prefeito para a construção de um outro hangar custeado pelos próprios usuários.

“Estamos nos sentindo injustiçados, lá tem muito espaço e gostaríamos que o prefeito se sensibilizasse e nos deixasse construir um novo hangar no aeroporto. Caso contrário, vamos ter que levar para outra cidade, como Caratinga. Mas já pensou ter que tirar de Valadares, uma cidade grande como essa, e levar para Caratinga, por não ter lugar aqui?”, questionou o empresário Itamar Marques, durante entrevista no Programa Moisés Freitas.

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