Rosimeri Poyes Vargas, de 35 anos, motorista da caminhonete S10 que atropelou três pessoas e matou duas delas na manhã desta segunda-feira (19), na Avenida Moacir Paleta, no trecho do viaduto do Conjunto SIR, foi encaminhada na manhã desta terça-feira (20) para a Cadeia Pública de Governador Valadares.
Na noite de ontem, ela foi presa em flagrante pela Polícia Civil por duplo homicídio doloso, lesão corporal de natureza grave e por dirigir com capacidade psicomotora alterada. Rosimeri atropelou e matou Letícia Gonçalves da Silva Lacôrti, 26, e Adriana Santos Fernandes, 42. Também atropelou o mototaxista Ronaldo Cunha Ferreira, 46, que até a noite de ontem estava em situação estável no Hospital Municipal.
Segundo o delegado responsável pela autuação, Leonardo Pinafo, a motorista chegou à delegacia bastante alterada e até agressiva, com as pupilas dilatadas, fala desconexa e andar cambaleante.
Apesar disso, o exame de etilômetro acusou que a motorista não fez uso de álcool. De acordo com laudo clínico, a causa das alterações pode ser até mesmo uma droga lícita, que apenas será comprovada no exame toxicológico que será encaminhado para Belo Horizonte.
Às 14 horas, Rosimeri Poyes será ouvida na audiência de custódia, que decidirá se ela permanecerá presa ou poderá responder o processo em liberdade.
DUAS MULHERES MORREM EM ACIDENTE NO BAIRRO SIR, EM VALADARES
A motorista é natural da cidade de Pancas, no Espírito Santo, mas mora a maior parte do tempo nos Estados Unidos, onde tem cidadania americana, conforme disse. Quando vem ao Brasil, ela fica no município de Santana do Paraíso, MG.
A transferência dela para a Cadeia Pública, por volta das 9h30, causou tumulto na porta da Delegacia de Polícia Civil. Para os jornalistas, Rosimeri Poyes afirmou que não fez uso de bebida nem de drogas, lícita ou não.
Poyes disse que o atropelamento que resultou na morte de duas mulheres e feriu um homem foi acidental. Em sua defesa, alegou que uma moto entrou na frente do carro e a fez perder o controle da direção.
Bastante nervosa e chorando, ela demonstrou arrependimento e disse que “faria tudo para trocar de lugar com elas”.
Atropelamento
Duas testemunhas afirmaram que Rosimeri Poyes Vargas dirigia em excesso de velocidade quando perdeu o controle da caminhonete S10 e bateu na traseira da primeira moto.
O mototaxista Ronaldo Cunha Ferreira, 46, e Adriana Santos Fernandes, 42, foram arremessados contra a mureta de proteção direita do viaduto.
Na sequência, ela atingiu a traseira da motocicleta pilotada por Letícia Gonçalves da Silva Lacôrti, 26, que foi arrastada até o outro lado do viaduto e imprensada contra a mureta de proteção esquerda, ficando presa embaixo do veículo, já sem vida.
Pessoas que passavam pelo viaduto na hora do acidente tentaram agredir a motorista, que teve de ser levada do local.
Enquanto os bombeiros tentavam retirar o veículo de cima da vítima, um grupo não identificado jogou produto inflamável dentro da caminhonete, que teve parte de seu interior incendiado. O fogo foi contido pelos bombeiros.
Carona
Uma outra testemunha, Lorena Freitas Soares, 24, estava dentro da caminhonete de Rosimeri Poyes. Segundo ela, o carro seguia pela Avenida Moacir Paleta, nas imediações do bairro São Pedro, quando a motorista começou a aumentar a velocidade.
Quando chegou ao viaduto do Conjunto SIR, perdeu o controle do carro “e começou a bater nas muretas de proteção e depois nas duas motos”. Lorena prestou depoimento na delegacia e foi liberada.
Despedida
Nas redes sociais, familiares e amigos das vítimas se despedem das duas mulheres. “O que a gente quer mesmo ligar é nossos corações doídos aos dos familiares, amigos e todos aqueles que choram pela Adriana. A gente não sabe qual era seu sonho maior, seu sorriso de criança preferido, seu perfume escolhido. Mas a gente sabe que você era querida também, amada por todos que te conheciam. No seu sorriso sereno está a nossa certeza que ele pertenceu a uma mulher de consciência tranquila, de paz, de esperança por dias melhores. Dias melhores que agora, sim, você viverá ao lado de Deus. No céu, querida Adriana, suas idas e vindas serão suaves, serenas e cheias de vida!”, escreveu um internauta.
Familiares também pedem justiça: