Um áudio do presidente da Câmara de Vereadores de Governador Valadares, Paulinho Costa (PDT), viralizou nas redes sociais e causou polêmica no último fim de semana.
Na gravação, o presidente da Câmara cobra empenho da equipe junto ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), ao qual é filiado e pré-candidato a deputado estadual nas eleições de outubro.
Paulinho Costa também deixa um alerta para os assessores que não colaborarem: “Não é um pedido não, agora eu vou dar uma ordem. Eu quero os meus assessores lá no grupo do PDT, falando que vai tá junto, que vai ajudar. Quem não manifestar, quiser pedir o boné e ir embora, eu tô à disposição, tá”, disse o vereador.
O áudio, postado em um grupo do WhatsApp onde participam seus assessores parlamentares, foi confirmado pelo vereador Paulinho Costa na última segunda-feira (7). “Um assunto interno, que dizia respeito aos que pertencem ao grupo, mas que foi covardemente tornado público de maneira irresponsável”, justificou.
Em nota, o vereador disse também que as cobranças tiveram como objetivo apenas assegurar que seus assessores mantenham uma postura de dedicação ao trabalho e comprometimento com a gestão dos recursos públicos.
Os assessores que receberam uma ‘bronca’ são servidores que desempenham tarefas nos gabinetes dos vereadores referentes ao exercício da atividade parlamentar. Cada vereador tem a sua equipe e ela é contratada e remunerada pela Câmara Municipal.
Confira o áudio:
Fato parecido foi bastante noticiado pela imprensa em fevereiro deste ano, quando vazou um áudio da deputada federal Cristiane Brasil em uma reunião em que ela cobrava “empenho da equipe para caçar votos”.
Na época, ela era vereadora licenciada e comandava a Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e da Qualidade de Vida da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Sobre o episódio, o representante no Brasil da Transparência Internacional e especialista em gestão pública, Bruno Brandão, disse que a atitude da deputada era uma prática normal no Brasil, porém ilegítima. “É uma prática absolutamente prejudicial ao interesse público quando um agente público ou político usa a máquina do Estado pra benefício próprio. O assédio moral é evidente. Além da questão eleitoral, também tem uma questão trabalhista. Você não pode trabalhar sob ameaça de que vai perder o emprego, com esse tipo de linguagem, esse tipo de ameaça”, explicou o especialista.
(Imagem: Fantástico|Rede Globo)
Em Valadares, internautas usaram as redes sociais para criticar a atitude do vereador:
