DIA DO CAPOEIRISTA É COMEMORADO NA CÂMARA SEM A PRESENÇA DOS VEREADORES

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Após as homenagens no Plenário do Legislativo, houve apresentação de samba de roda e roda de capoeira

O Dia do Capoeirista, celebrado em 3 de agosto, foi comemorado na noite desta terça-feira (31), na Câmara de Vereadores de Governador Valadares. Vinte e oito mestres e professores foram homenageados.

Um grande público compareceu ao evento para prestigiar o reconhecimento ao trabalho social que essa arte ou esporte desenvolve, principalmente, na periferia da cidade.

A reunião especial acabou sendo um encontro entre a velha e a nova geração de capoeiristas, alguns morando fora de Valadares e até do país, mas que fizeram questão de vir de longe e marcar presença em uma homenagem inédita do Legislativo.

Quem  não deu a mínima importância para uma das maiores expressões culturais afro-brasileiras, a capoeira, inclusive reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, foi a grande maioria dos vereadores: apenas dois deles, do total de 21, estavam lá. Essa não foi a primeira vez que os políticos deram as costas para os eventos aprovados por eles mesmos.

No momento da entrega dos diplomas alusivos à data, o presidente do Legislativo, Paulinho Costa (PDT), autor da iniciativa, teve que improvisar chamando servidores da Câmara para atuar como secretário da Mesa Diretora ou para entregar o documento aos homenageados, um papel que cabe ao vereador.

Paulinho Costa resumiu, em poucas palavras, a ausência dos parlamentares: “Eu acho que eles fizeram a análise errada, acharam que não ia dar ninguém, um evento dessa envergadura … fez falta sim, eu também senti”, lamentou.

Para Nelson Enielson Eloy dos Santos, professor de capoeira, o evento colocou o esporte num patamar mais elevado no município. “A capoeira sempre foi vista  com discriminação, como algo marginalizado, e ao longo dos anos ela vem contribuindo muito com o social, então essa homenagem coloca a capoeira no lugar que ela merece aqui em Valadares”, frisou.

Como outros disseminadores da cultura da capoeira, o professor Enielson mantém jornada dupla de trabalho, parte dela abraçando o social com essa modalidade de esporte. “Agora temos a oportunidade de trazer a capoeira da periferia para o centro, num projeto que vamos desenvolver a partir desta quarta com a população de rua do entorno da Paróquia Catedral, a convite do padre Vidal.  Com diálogo e atividades, queremos levar essas pessoas a uma reflexão sobre a construção de uma nova vida”, ressaltou.

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Evento foi prestigiado por capoeiristas, familiares e simpatizantes da capoeira, menos pelos vereadores 

Inclusão

Desenvolvida em mais de 160 países, a capoeira é também uma modalidade de esporte considerada a única genuinamente brasileira e a que mais divulga a língua portuguesa mundo afora. Em Valadares, a capoeira sempre esteve atrelada ao social, com projetos de inclusão nos bairros mais carentes da cidade.

No encontro com o esporte e orientada por seus mestres, centenas de crianças tiveram e continuam tendo a oportunidade de traçar  um rumo diferente para suas vidas, longe da marginalidade e da violência que a cada dia aumenta.

Segundo os praticantes, a luta agora é buscar, na Câmara Municipal, o reconhecimento da calçada do Banco Mercantil, próxima à Praça Serra Lima, como ponto fixo da roda de capoeira em Valadares.  Há mais de 40 anos, capoeiristas da cidade e da região se reúnem quinzenalmente no local.

O evento contou com a participação da Banda Lira 30 de Janeiro e após as homenagens no plenário, houve apresentação de samba de roda e roda de capoeira no térreo da Câmara, ao som de tambores e berimbaus.

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