OPERAÇÃO ‘LA FAMIGLIA’ PRENDE 21 PESSOAS NA REGIÃO LESTE, ENTRE ELAS EMPRESÁRIO DE VALADARES

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coletiva gaeco
Coletiva de imprensa detalhou a operação La Famiglia na tarde desta terça-feira

Representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Militar e Polícia Civil concederam uma coletiva de imprensa para falar sobre a operação “La Famiglia”, deflagrada na manhã desta terça-feira (20), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava na região Leste de Minas e em outros três estados (Bahia, Ceará e Maranhão).

A quadrilha, conhecida como “Família” ou “Irmandade”, é formada por fazendeiros, empresários, políticos, policiais militares e civis, agentes penitenciários e civis. Foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão, 41 mandados de prisão preventiva contra 29 alvos em quatro estados do país e um nos Estados Unidos.

A promotora Ingrid Veloso Soares do Val explicou que o grupo não tinha um chefe, mas um conselho deliberativo composto por pessoas de alto poder aquisitivo que tomava as decisões. “A prática adotada era semelhante à da máfia italiana. Eles não buscavam a justiça ou o sistema estatal para a resolução de problemas. Sempre que acontecia algo, se resolvia de maneira própria, com métodos próprios, como ameaça, extorsão e até a prática de homicídio”, declarou.

Ela informou que a organização atuava na região leste de maneira muito sistemática e bastante estratégica há pelo menos 20 anos, promovendo corrupção e a violência. Pessoas consideradas “inconvenientes” pelo grupo criminoso eram assassinadas como forma de realizar acertos financeiros, judiciais, conjugais, eliminar testemunhas, problemas entre herdeiros e outros. Tudo isso envolvia a participação de policiais civis e militares, políticos, empresários e agentes penitenciários.

Vinte e uma pessoas tiveram a prisão decretada na manhã desta terça. O MP não revelou os nomes dos envolvidos, mas confirmou a prisão do empresário valadarense Emílio Cláudio Fróis, condenado na operação Mar de Lama pelo crime de agiotagem e sentenciado a pena de três anos e onze meses em regime aberto. A decisão cabia recurso.

A operação apreendeu ainda 19 armas de fogo, 654 munições (sendo 154 de uso restrito das forças armadas), R$ 63 mil, 10 mil dólares, 36 aparelhos celulares e um veículo, além de vários documentos nos municípios mineiros de Governador Valadares, Inhapim, Resplendor, Conselheiro Pena, Itanhomi, Capitão Andrade e em mais três estados.

O delegado Gean Vítor Fanti destacou que no âmbito da operação vieram à tona elementos de elucidação de vários homicídios, como os de Nézio Toledo Júnior e Tiago Júnior Maciel, em setembro de 2011, em Conselheiro Pena; Dejair José Gomes da Silva, em setembro de 2011, em Conselheiro Pena; Jandir Caetano dos Santos e outras quatro pessoas, no episódio que ficou conhecido como Chacina de Tumiritinga, em fevereiro de 2012; José Dias de Castro, em setembro de 2012, em Conselheiro Pena; Edésio Miranda dos Santos, em julho de 2014, em Conselheiro Pena.

A operação ainda investiga outros nomes envolvidos na organização criminosa.  Participaram da coletiva o tenente-coronel Fausto Machado, o delegado de polícia Gean Vítor Fanti, o promotor Hélio Pedro Soares, da comarca de Teófilo Otoni, e a promotora Ingrid Veloso do Val, de Governador Valadares.

 

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