Um grupo de moradores de Governador Valadares iniciou o ‘Movimento Redução Já’ para reduzir os salários dos agentes políticos da cidade – prefeito, vice-prefeito, secretários, vereadores – em 40% do valor atual.
Além disso, propõe diminuir de 6% para 4% o percentual de recursos que é repassado mensalmente da Prefeitura para a Câmara de Vereadores, o chamado duodécimo, que hoje é de aproximadamente R$ 21 milhões ao ano. A economia seria de quase R$ 600 mil ao mês.
A coleta manual de assinaturas está sendo feita, desde a segunda quinzena de maio, nas casas de moradores, e agora será levada para as portas de igrejas, mercado municipal e feiras livres. Até o momento, foram colhidas cerca de mil assinaturas.
Desde segunda-feira (25), os interessados em apoiar o movimento também podem assinar o documento digital disponível no endereço http://www.iniciativapopulargv.com.br/web.
Economia
Para um dos líderes do Redução Já, o servidor municipal Cláudio de Souza, mais conhecido como Cláudio Muller, o município poderá economizar cerca de R$ 8,4 milhões ao ano, que poderão ser revertidos em políticas sociais, “como programas de prevenção e combate à violência infanto-juvenil na cidade”, sugere ele.
Muller lembra que ao assumir o mandato em 2017, o prefeito André Luiz Merlo (PSDB) decretou, em março, situação emergencial de crise financeira no município, sob a alegação de dívidas deixadas pela gestão anterior, e em 2018, foi editado novo decreto, desta vez de estado de calamidade financeira na saúde pública.
“Hoje a cidade está cheia de buracos, a limpeza é precária, apenas os serviços essenciais são realizados devido à crise financeira que o município está atravessando, segundo o próprio prefeito. Todos os serviços para atender a população não estão sendo feitos. Por exemplo, até a reforma na fachada da prefeitura será com recursos deixados pela gestão passada, esse governo não tem dinheiro pra nada. Então os gastos com salários estão desproporcionais com a realidade atual”, justifica Muller.
O mototaxista Reginaldo Santos, ou Reginaldo Águia, que também encabeça o movimento, conta que outra finalidade é garantir, nas eleições municipais, candidatos mais qualificados para a disputa, a partir da diminuição dos salários.
“A pessoa entra na política, na maioria das vezes, porque o salário é bom, então se ele for uma quantia mínima, a pessoa vai pensar duas vezes antes de decidir”. Ele acredita também que a medida pode tornar a disputa mais igualitária entre os candidatos.
“Muita gente que tem compromisso e já luta pela sociedade de graça tem vontade de participar para ter mais condições de continuar o trabalho, mas quando a pessoa vai disputar com esses camaradas que gastam mais de R$ 200 mil, ela não tem nenhuma chance”, argumenta.
Iniciativa popular
O abaixo-assinado, que propõe a redução dos salários dos agentes políticos e dos repasses para o Legislativo, pretende colher assinaturas de 5% do eleitorado do município para se transformar em um projeto de iniciativa popular, conforme prevê a lei.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), na última eleição, em 2018, havia cerca de 200 mil eleitores em Valadares. Ou seja, o movimento terá que colher pelo menos 10 mil assinaturas para protocolar o projeto de lei de iniciativa popular na Câmara Municipal.
Após isso, ele será incluído na ordem do dia da Casa para ser discutido e votado em plenário.
Para assinar o documento agora, clique aqui.
As mudanças políticas no Brasil precisa começar por nós, os eleitores que elegem os políticos. O combate à corrupção, corte de privilégios e austeridade nas contas públicas.