Cerca de 30 moradores fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (9), em frente à unidade de saúde ESF do bairro Mãe de Deus, em Governador Valadares.
Os manifestantes pediram que o atual governo cesse a demissão de funcionários da unidade de saúde e que recontrate os que já foram dispensados pela administração, sem a concordância da comunidade.
De acordo com os usuários, uma enfermeira e uma agente comunitária de saúde (ACS) tiveram os contratos rescindidos na semana passada e mais cinco funcionários estão na lista para serem demitidos a partir de segunda-feira (12).
“Isso é péssimo, tem funcionário que trabalha aqui desde que o posto abriu, que conhece de tudo e vai fazer falta pra gente. Fazem isso [o governo] porque ficam lá sentados e não sabem o que acontece aqui”, reclama a moradora Maria de Jesus.
Uma outra moradora do bairro Mãe de Deus, Maria de Lourdes Leal, disse que a comunidade precisa de um prefeito “que constrói e não que destrói o que está pronto em Valadares”, destacou.
Ela contou que na terça-feira (6) foi até a secretaria de saúde e conversou com o secretário Enes Cândido sobre as demissões, que justificou a medida para ‘enxugar a máquina administrativa’.
“Então perguntei pra ele se é a população carente que tem que pagar por esse enxugamento. O prefeito tem que resolver isso sem prejudicar a população carente”, acentuou.
“Mexer com gente que tá trabalhando aqui por quê? Ele tá ficando é doido da cabeça”, comentou o morador José Geraldo Barbosa, que aproveitou para reclamar de um buraco aberto pelo Saae, vinte dias atrás, na rua Alto da Boa Vista, quase em frente ao número 371, no Mãe de Deus.
A manifestação durou menos de uma hora e nenhum vereador da região compareceu para apoiar a comunidade.
A Prefeitura de Valadares foi procurada para se manifestar sobre o motivo das demissões e o protesto desta sexta, em frente ao ESF Mãe de Deus, mas não houve retorno.
Receita
Uma moradora do bairro também aproveitou a presença da reportagem do O Olhar para relatar que está com dificuldade de conseguir um medicamente para seu filho de 10 anos, portador do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Lucimara Rodrigues Januário, que mora na Rua da Gruta, no Mãe de Deus, explicou que o filho fazia tratamento na unidade do CAPSinho (CAPS infantil), mas mudaram o atendimento para a ESF do bairro.
Lá, segundo ela, a médica não quer fornecer a receita para aquisição de Ritalina, o medicamento do filho. Lucimara conta que na Secretaria de Saúde eles dizem que o problema deve ser resolvido no posto de saúde do Mãe de Deus, mas quando procura a unidade de saúde, é direcionada de novo para a secretaria de saúde.
“É um jogo de empurra, e enquanto isso meu filho já teve uma crise, em abril, sem falar que a falta do remédio está comprometendo também o desempenho dele na escola”, contou.