SAAE DESPERDIÇA QUASE 50% DA ÁGUA TRATADA TODOS OS DIAS, DIZ ESTUDO

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vazamentos de água em valadares
Vazamento de água é comum em Valadares e o reparo, às vezes, leva dias para ser feito. Imagem: TV Leste

Quase metade da água tratada em Governador Valadares não chega na casa dos moradores. Ela é jogada fora todos os dias, devido a diversas falhas na distribuição feita pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), como vazamentos na tubulação.

Estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, que monitora o saneamento básico em todo o país, mostra que o desperdício de água potável em Valadares, em 2017, foi de 47,51%, ou seja, para cada 100 litros de água captada, tratada e pronta para ser distribuída, quase 48 litros ficaram pelo caminho.

O índice é muito maior que a média nacional neste mesmo ano, que foi de 38,3%. As causas principais das perdas de água, de acordo com o instituto, são os vazamentos, erros de leitura ou leituras imprecisas dos hidrômetros, furtos (famosos ‘gatos’), entre outros.

O estudo foi publicado em julho e tem como fundamento os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre saneamento (SNIS – ano de referência 2017).

De acordo com o instituto, das 100 maiores cidades do Brasil em população, Governador Valadares é a 32ª que mais desperdiça água. Em Minas, apenas mais dois municípios têm índices superiores, Contagem (49,9%) e Ribeirão das Neves (49,79%).

O cenário é preocupante, não só devido à temática da escassez da água, que tem se destacado no Brasil, mas principalmente porque compromete a qualidade dos serviços para o cidadão, que acaba ficando sem água em casa.

Por meio de e-mail, O Olhar perguntou para o diretor-Geral do Saae, Coronel Sebastião Siqueira, qual o atual percentual da perda de água em Valadares, as medidas que a autarquia tem adotado para reduzir o desperdício, o valor do prejuízo para a população, o custo extra da energia elétrica e o número de ‘gatos’ ocorridos na cidade, mas não houve retorno.

Na avaliação do presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, o aumento das perdas mostra que há um problema de gestão das operadoras dos serviços e que os investimentos na redução não vêm sendo suficientes para combater o problema.

Além disso, ele comentou que “mais preocupante é pensar que num momento de crise hídrica não será suficiente pedir para que a população economize água se as empresas continuarem perdendo bilhões de litros por deficiências diversas”, acentuou.

 

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