O artesão Pedro Antônio Neves tem contato com o gesso desde pequeno, quando aprendeu a trabalhar com uma família vizinha de baianos. A partir daí, toda sua família aderiu ao ramo de fabricação de peças decorativas feitas de gesso.
Já adolescente, ele resolveu experimentar outra atividade e passou a trabalhar como gesseiro, durante os últimos 15 anos. Mas a vocação para artesão e o espirito empreendedor falaram mais alto e desde o final do ano passado, Pedro e a esposa se dedicam à confecção de peças decorativas em gesso.
O artesão se especializou em esculturas personalizadas e garante que o retorno financeiro é muito maior agora do quando trabalhava como gesseiro, de maneira informal. “A abertura do MEI trouxe mais segurança para mim e minha esposa, que é funcionária registrada da microempresa”, disse.
Ele fabrica e vende centenas de peças por mês, que são distribuídas em Valadares e região: cofrinhos em gesso, vasos para plantas, quadros bíblicos e esportivos, enfeites em formatos de animais e outras. Uma contadora cuida da parte burocrática da empresa, aberta desde 2015.
A produção bruta é de 400 peças por dia. Mas o acabamento dos objetos demora um pouco mais. A venda é feita no varejo, mas é no atacado que está a clientela principal da empresa, as lojas de variedades que apresentaram crescimento nos últimos anos, em Valadares e região, e não passou despercebido pelo artesão, que fez investimentos de olho nesse mercado.
Empresas
O artesão Pedro Antônio é apenas um dos milhares de empreendedores que todos os dias se arriscam em novas empreitadas, motivados pela vontade de ser donos do próprio negócio. Com isso, o número de empresas inscritas no MEI, em Minas Gerais, tem aumentado a cada ano.
Atualmente, o estado ocupa a 3º posição em número de formalizações no país: 774.941 inscrições até abril de 2017. Dentro do estado, Valadares é a 10º cidade com mais aberturas de MEIs, sendo o 2ª município na região, com um total de 11.508 formalizações esse ano.
Como aderir ao MEI
Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para isso, é necessário ter um faturamento anual de no máximo R$ 60 mil e não ser titular ou sócio de nenhuma outra empresa.
O MEI também pode ter um empregado registrado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.
De acordo com a analista do Sebrae-GV, Alaene Gonçalves, o MEI é uma oportunidade para que empreendedores saiam da informalidade, administrem sozinhos seus próprios negócios e ainda garantam seus direitos.
Ela esclarece que qualquer contador optante pelo Simples pode ser procurado para fazer, gratuitamente, tanto a formalização do MEI quanto a primeira declaração anual de faturamento. “A partir daí, qualquer alteração, emissão de guias ou baixa da empresa poderão ser cobradas”, frisou.
A analista lembra também que qualquer pessoa pode acessar o Portal do Empreendedor e fazer os procedimentos para abrir a empresa, alterar dados cadastrais, dar baixa no MEI, declarar rendimentos, emitir guia de pagamento e certificado do MEI. “É tudo muito fácil e intuitivo”, diz.
Taxas
Após a formalização, serão cobrados do MEI apenas R$ 5,00 de ISS para o município e R$ 1,00 para o Estado, referente ao ICMS. Além disso, 5% do salário mínimo (46,85) serão para o INSS, mas o MEI terá direito aos benefícios previdenciários.
A recomendação da analista é que o optante pela MEI faça as anotações diárias no sistema, pague as guias no prazo certo, guarde os comprovantes e apresente a Declaração Anual de Faturamento.
“O micro empreendedor tem que se enxergar como um empresário, mantendo em dia os procedimentos administrativos para não perder direitos como auxílio-doença e salário-maternidade”, ressalta.
Para saber mais sobre o MEI, acesse esse link aqui.
Faça uma visita ao Sebrae de Governador Valadares, na Avenida JK, 1074, bairro Vila Bretas. O atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 17 horas. Ou entre em contato pelo telefone: (33) 3278-6952.