Pesquisas da Fiocruz, em parceria com as ONGs ACT Promoção da Saúde e Vital Strategies, destacam o impacto do consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas na saúde pública e nos custos do SUS. O consumo de ultraprocessados gera R$ 933,5 milhões por ano em gastos diretos e até R$ 10,4 bilhões considerando custos indiretos e mortes prematuras. No caso do álcool, os custos chegam a R$ 18,8 bilhões. Esses números excluem despesas na rede privada ou atendimentos não diretamente relacionados a esses fatores.
O consumo desenfreado de ultraprocessados e álcool contribui para o aumento de doenças como hipertensão, diabetes e obesidade, principais causas de perda de produtividade e fatores de risco para condições mais graves, como cânceres e demências. Estima-se que essas doenças provocam 57 mil e 105 mil mortes anuais, respectivamente, no Brasil. A implementação de impostos seletivos pode reduzir até 25% dessas mortes, o que equivale a salvar quase 40 mil vidas por ano, além de estimular escolhas mais saudáveis.
Uma pesquisa revelou que 62% dos brasileiros apoiam o aumento dos preços de produtos alcoólicos e 61% são favoráveis à criação de impostos para reduzir seu consumo. Para 77%, o governo deve agir contra os danos causados pelo álcool, incluindo sua relação com violência doméstica e acidentes de trânsito.
ONGs defendem que esses impostos não apenas financiam o tratamento das doenças causadas por esses produtos, mas também ajudam a promover saúde, equidade e sustentabilidade. “Setores que causam mais danos à sociedade precisam arcar com seus custos”, afirmou Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies no Brasil.
*Fonte: Agência Brasil