Os candidatos que prestaram o concurso da Prefeitura de Governador Valadares, no domingo (9), para preenchimento de 1.134 vagas, usaram as redes sociais para apontar diversas falhas e irregularidades. Para muitos, o certame foi “desorganizado” e “bagunçado”.
A maior crítica, no entanto, diz respeito ao porte do celular. De acordo com vários participantes, a fiscalização não observou esta regra do concurso, permitindo pessoas com celulares dentro das salas.
O aparelho, segundo alertou a Prefeitura de Valadares, não era permitido e poderia ocasionar a eliminação do concorrente.
Concurseiros têm afirmado, nas redes sociais, que em vários locais de provas o detector de metais não teria sido sequer utilizado. Além de celulares, havia pessoas portando outros aparelhos eletrônicos, como relógios digitais.
Uma candidata que não quis se identificar também contou que no local onde ela fez a prova os fiscais não conferiram o documento de identificação, “podendo perfeitamente uma pessoa fazer a prova em nome de outra”, avalia.
A empresa responsável pela organização do concurso, a MSM Consultoria e Projetos, de Teófilo Otoni (MG), informou que muitos fatos que estão sendo colocados (nas redes sociais pelos candidatos) não existem.
“Só de celular nós temos 10 pessoas que foram colocadas para fora com celular”, explicou Dêtsi Gazzinelli, dono da MSM, acrescentando que “isso é rotina da empresa, toda vez que acontece concurso é dessa forma mesmo e nós estamos prontos para dar todos os esclarecimentos “.
Gazzinelli também se prontificou a responder, por meio de email, vários questionamentos feitos pelo O Olhar, mas até a publicação desta matéria não houve retorno. Assim que a empresa se manifestar, este conteúdo será atualizado.
A Prefeitura de Valadares também foi procurada, mas preferiu não comentar sobre as possíveis irregularidades citadas pelos candidatos.
Caderno de provas sem lacre
Outra denúncia aponta que um envelope com cadernos de provas teria chegado aberto na sala, o que não é permitido. Além disso, em um dos envelopes estaria faltando 10 provas, segundo conta uma participante do certame.
“Na sala que fiz a prova tiveram três blocos de prova, o primeiro bloco estava lacrado e havia provas somente de enfermagem, o segundo bloco veio aberto com a aplicadora e era novamente só de enfermagem, o terceiro bloco também veio aberto e faltando 10 para o cargo de pedagogo analista”, comentou a candidata.
Conteúdo fora do edital
Outra reclamação recorrente dos candidatos em grupos de Whatsapp e outras redes sociais diz respeito a questões referentes a conteúdos que não constavam no edital. O fato foi mais criticado por quem se inscreveu a cargos da área da saúde.
Questão fora do caderno
Comenta outro candidato que “antes de abrir a prova o fiscal da sala passou as assertivas no quadro e nos pediu para considerar a resposta do quadro, informando que a questão 3 estava impressa errado”. O fato teria ocorrido na sala 703 da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac).
Outro evento inusitado: “a moça que estava aplicando (a prova) foi levando de mesa em mesa a questão. A folha ficava rodando de mesa em mesa, cada vez que um candidato resolvia a questão, tinha que passar para o outro ler e responder”, contou em um grupo um concorrente.
Devido à falta do caderno de provas, que chegou em número menor do que o de inscritos, alguns candidatos da sala 693 da Unipac tiveram que esperar até às 16h26 para iniciar o exame. O horário de encerramento foi estendido para às 19h26.
A pedido dos concurseiros, o fato foi registrado em um BO:
Mais atraso
Na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, no bairro Santa Rita, às 8h10 os portões ainda estavam fechados porque faltavam funcionários para aplicar as provas. No edital, o início dos exames estava marcado para às 8h.
O secretário de Governo Marcos Sampaio também usou as redes sociais para justificar o atraso. Ele escreveu: “nesta escola Tancredo Neves faltou 7 fiscais por motivos particulares de cada um e foi tudo resolvido, pois teve planejamento e ninguém foi prejudicado todos que compareceram fizeram com tranquilidade sua prova”. Ele disse ainda que “a empresa contratada tem experiência em concurso”.