CLASSE ARTÍSTICA DE VALADARES SOFRE COM PANDEMIA E COBRA APOIO DA PREFEITURA

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artistas em valadres sofrem com pandemia e cobram medidas do governo
Foto: Reprodução/Banda Expresso Louvor

A ausência de diálogo e de ações do governo André Luiz Merlo (PSDB) levaram os artistas a criar um movimento para propor e cobrar medidas que amparem o setor durante a crise gerada pela pandemia.

A classe artística foi uma das mais atingidas com o decreto municipal que determinou o fechamento de bares, restaurantes, casas noturnas e a proibição de apresentações musicais para se evitar aglomerações.

“São pessoas que direcionaram suas vidas completamente à música e à arte, sempre trabalharam com isso e, de repente, ficamos sem ter nada, o Executivo não propôs nenhuma sugestão para que pudéssemos discutir”, afirma o cantor e musicoterapeuta Daniel Oliveira.

Conhecido no meio cultural como Daniel do Expresso, por ser vocalista da banda gospel Expresso do Louvor, ele é uma das lideranças do movimento de artistas criado para propor e cobrar ações que amenizem a situação vivida pela classe em Valadares.

De acordo com o músico, na tarde desta quinta-feira (4), um grupo de artistas vai entregar um manifesto ao prefeito e aos vereadores, além de um projeto de lei elaborado por pessoas do setor de cultura com possíveis medidas para gerar incentivos e aliviar as dificuldades enfrentadas pelo segmento.

“Infelizmente aconteceu de chegar nesse nível de estarmos passando por um momento de extrema necessidade, com contas atrasadas e acumulando dívidas também, então fica muito difícil para algumas pessoas, sobretudo as que sobrevivem da arte, do entretenimento, de fazerem outras pessoas felizes”, lamenta.

A categoria deverá cobrar, em especial, ajuda financeira para os artistas, conforme prevê a Lei Orgânica do Município (artigo 167, II, d) em casos de calamidade pública: “a assistência social será prestada pelo município e a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, cabendo-lhe regulamentar e prover recursos (…) através de benefícios em caráter eventual para situações de emergência como as decorrentes de calamidades públicas (…)”.

A Lei Orgânica ainda determina que o município garanta o exercício dos direitos culturais e incentive, valorize e preserve as manifestações locais, por meio de incentivos fiscais e da manutenção de um fundo de desenvolvimento cultural.

“É um momento difícil, principalmente para os envolvidos com a música, são compositores, produtores musicais, cantores, pessoas que trabalham com a técnica, montando som, carregando equipamentos, enrolando cabos e que agora estão desassistidos. Temos que dizer da nossa revolta, nossa indignação e insatisfação pelo descaso por parte do Executivo e Legislativo em relação a nossa classe, que ficou jogada ao léu como se não tivesse contribuído com nada na cidade, mas sempre contribuiu com o desenvolvimento intelectual e emocional das pessoas”, finaliza Daniel do Expresso.

A reportagem do O Olhar perguntou ao prefeito André Merlo quais medidas e ações adotadas até o momento em apoio à classe artística e cultural da cidade, neste período de pandemia, bem como a possibilidade de efetuar repasses financeiros aos artistas locais, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. Caso a resposta seja enviada, atualizaremos esse conteúdo.

 

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