A Prefeita Elisa Costa entregou este presente à cidade de Governador Valadares em 5 de fevereiro de 2014. Uma biblioteca digna, bela, confortável e moderna.
Aquele prédio histórico que abrigou durante quase 60 anos a Cadeia Pública, que começou a ser reformado ainda em 2001 e cujas obras se arrastaram por absurdos 13 anos, finalmente se transformou num dos melhores complexos de cultura de Minas Gerais.
Amplas salas e moderno conjunto de estantes abrigam de forma segura o acervo; galeria para exposições de arte, salões de leitura com mobília nova, tudo devidamente climatizado para a alegria dos frequentadores.
A nova biblioteca veio pôr fim a um gravíssimo descaso para com a Cultura em Governador Valadares, visto que o acervo de livros “migrou” em ambientes e endereços totalmente inadequados e inapropriados (até num galpão de uma antiga fábrica de bebidas, na rua Belo Horizonte), demonstrando o tamanho do descaso com que os nossos antigos administradores municipais trataram do assunto.
Em 2001, o então prefeito João Fassarella determinou que o antigo estabelecimento prisional fosse transformado na sede definitiva da biblioteca. Eu, Gerente do Patrimônio Histórico à época, fiz todo o levantamento de dados, bem como a montagem do Dossiê de Tombamento, e encaminhei para o Conselho de Patrimônio Histórico, que era presidido pelo professor e historiador Dr. Haruf Salmen.
A aprovação do Conselho garantiu que a “Fachada Principal da Antiga Cadeia Pública”, se tornasse um patrimônio histórico municipal, preservando para as futuras gerações a lembrança de um local cuja memória jamais deverá ser apagada.
Há 7 anos a nova sede da biblioteca é uma realidade! Uma linda realidade apesar de tão pouco divulgada pelo Município.
Uma obra de tamanho vulto deveria (guardadas as devidas precauções por causa da pandemia) ter uma comemoração do seu aniversário de inauguração, no mínimo APOTEÓTICA! Mas, a data quase passou batida, não fosse uma divulgação cheia de informações errôneas sobre este Patrimônio Histórico postada nas redes sociais da Prefeitura.
Lembro-me que há 7 anos, quando cruzei os umbrais daquele “recinto sagrado”, no dia de sua inauguração, fiz um reverente sinal-da-cruz e, por um momento, tentei imaginar que, naquele mesmo local, no passado, funcionou um dos mais terríveis estabelecimentos prisionais, onde mortes crudelíssimas, horrores e sofrimentos incomensuráveis deram a tônica dentro daquelas, hoje, alvíssimas paredes.
Melhor redenção não se daria àqueles espíritos inquietos que ali tiveram o seu termo. Das trevas se fez a luz! E que luz!
A nova Biblioteca Municipal é, com certeza, um orgulho para todos os valadarenses! Comemoremos!
** Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem, necessariamente, as ideias ou opiniões do O Olhar.