UM VESTIDO NOVO PARA SCARLETT

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Valadares, depois da Pandemia (sim, ela vai passar), vai precisar de um “vestido novo”. Um vestido muito lindo e vistoso!

Quem, como eu, assistiu dezenas de vezes o épico filme “E o Vento Levou”(Gone with the Wind), de 1939, considerado até hoje um dos maiores sucessos de bilheteria, de público e crítica de todos os tempos, sabe bem como a jovem e belíssima atriz Vivien Leigh deu vida e eternizou no inconsciente coletivo a personagem Scarlett O’hara, que desde a estreia do filme, tornou-se um exemplo de superação e resiliência feminina.

A aparentemente frágil personagem se torna um modelo de superação e persistência para todas as gerações, ainda que na trama não tenha sido politicamente correta na busca de seus objetivos. Ela usa dos poucos recursos de que dispõe e muita inteligência para retomar a sua vida glamourosa e bela que foi brutalmente destruída pela Guerra Civil Americana, também chamada de Guerra de Secessão(1861-1865), nos Estados Unidos.

O Norte progressista, capitalista, protestante declara guerra aos estados do Sul, atrasados, escravagistas e católicos. O resultado foi uma tragédia que ceifou a vida de milhares de Norte-americanos. Uma terrível guerra de interesses políticos, ideológicos e religiosos que quase destruiu os Estados Unidos. Apesar de todos saírem perdendo, o Norte se proclamou vencedor. Ao povo, só restou a reconstrução da nação com o pouco de que dispunha. Com raras exceções, todos ficaram pobres, muito pobres.

Transpondo-se para o Brasil atual vemos aqui também uma quase inevitável “Guerra de Secessão” motivada por fatores políticos, ideológicos, religiosos (sim! Cristãos ditos progressistas, contra cristãos ditos conservadores), agravada enormemente pela crise sanitária em função da Pandemia.

Sim! Haverá um inevitável embate! O caos se agiganta e se prenuncia. O Brasil, Minas Gerais e Governador Valadares irão à bancarrota!

Salve-se quem puder!

Quem sobreviver terá que reconstruir. Reconstruir tudo! Tudo mesmo! E não será fácil!

É aí que entra o “vestido de Scarlett”. A trama do filme de 4 horas de duração tem a sua guinada surpreendente à partir de dois momentos distintos: o primeiro, após Scarlett constatar que o mundo em que vivia foi destruído, que ela está na mais absoluta miséria e promete a si mesma jamais sentir fome novamente e, o segundo, a mítica e inesquecível cena da cortina! ( https://youtu.be/eOnhsoa1omg )

Scarlett faz das cortinas de seu palacete em ruínas um magnífico vestido verde com o qual consegue quebrar sua invisibilidade social causada pela pobreza. Devidamente vestida, levanta seu ânimo e sua autoestima, e assim, pode retomar o curso de sua antiga, bela e farta vida.

É preciso desde já repensar Valadares! Passada a Pandemia e o catastrófico período Bolsonarista, o Brasil, Minas e nossa cidade precisarão de uma total reconstrução. Mas de onde retirar recursos? Como elevar a autoestima de um povo faminto, sem trabalho, sem perspectivas? A EDUCAÇÃO, a arte, a cultura, o reaproveitamento total dos recursos humanos e naturais locais serão imprescindíveis para estes novos tempos em que teremos que reaprender a exercitar a solidariedade e a coletividade.

Valadares precisará em breve de um novo e belo “vestido verde”! Por ora vemos um montão de idiotas pensando que são imunes ou passarão incólumes ao tsunami sócio, político, econômico e social que se aproxima. Isso é uma forma de negacionismo insano.

É urgente rever conceitos, resguardar a vida e a saúde e se preparar para tempos difíceis!

A solução (ou o início dela) pode estar logo ali, bem na nossa cara, pendurada como uma cortina verde nas nossas janelas estilhaçadas!

 

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