DEPÓSITO CLANDESTINO DE REMÉDIOS PERTENCIA A DISTRIBUIDORA LEGALIZADA

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Medicamentos com irregularidades foram apreendidos e sete pessoas presas. Foto: Divulgação/PCMG

Sete pessoas foram autuadas em flagrante pela Polícia Civil no caso do depósito clandestino descoberto no bairro Morada do Vale. Pelas apurações, o lugar pertence a uma distribuidora de remédios legalizada.

A polícia divulgou apenas as iniciais e idades dos presos que são: W.M.S., 24 anos; B.H., 33 anos; T.R.B., 31 anos; V.M.B., 55 anos; E.S.L., 49 anos; G.H.M., 32 anos; e o cabo do Corpo de bombeiros F.C.O., 31 anos.

Todos foram autuados nos artigos 273 (importar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribuir ou entregar a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais) e 288 (associação criminosa), do Código Penal.

A operação começou com a prisão de W.M.S., que trabalhava como motoboy durante o dia e, esporadicamente, fazia entrega de medicamentos para o bombeiro F.C.O..

O motoboy relatou que fora recrutado pelo bombeiro há cerca de três meses para fazer as entregas pelo valor de R$ 10 cada uma. Ele chegava a fazer de 10 a 20 entregar por semana e a medicação era entregue sem notas fiscais.

Com a prisão dos dois, os policiais chegaram a uma distribuidora no bairro Grã-Duquesa. O estabelecimento era legalizado, mas a polícia encontrou irregularidades em medicamentos. A distribuidora foi lacrada e os policiais seguiram para o Morada do Vale, no depósito clandestino.

Os funcionários da distribuidora B.H., T.R.B., V.M.B. e G.H.M. foram presos junto com o proprietário E.S.L., que negou ser dono do estabelecimento.

Ele alegou ser apenas um representante comercial do ramo farmacêutico há 25 anos, mas os funcionários o indicaram como proprietário da distribuidora. Segundo a polícia, E. não possui formação na área farmacêutica.

Os autuados negaram o esquema criminoso, mas uma testemunha ouvida pela Polícia Civil deu detalhes de como ele acontecia. Mulher do motoboy, a testemunha contou que ele fazia as entregas das mercadorias diretamente para os compradores ou para o bombeiro que o contratara.

A testemunha disse também que o bombeiro F. comercializava luvas, máscaras, pastas de dentes e demais produtos odontológicos, mesmo sabendo que alguns destes medicamentos eram “tarja pretas” e que só poderiam ser vendidos sob prescrição médica.

Adulteração

Outra situação que chamou a atenção dos policiais foi um laboratório que funcionava num depósito clandestino com produtos para adulterar datas de validade e informações importantes como medicamento de comercialização proibida.

Entre os medicamentos encontrados pela Polícia Civil no depósito clandestino, havia desde pastilhas para a garganta, até remédios controlados e, o que mais chamou a atenção dos policiais, medicamentos destinados às redes públicas de saúde de Coronel Fabriciano e Poté.

As prefeituras das duas cidades disseram desconhecer a origem dos remédios e que vão tomar conhecimento do inquérito para apurar o que pode ter acontecido.

O 6º Batalhão de Bombeiro Militar informou que está acompanhando todo o desdobramento da operação da Polícia Civil e que o militar envolvido está sob custódia e terá assegurado o direito à ampla defesa e contraditório.

Sobre as medidas internas, a instituição informou que serão tomadas quando finalizado o processo.

 

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