ESTUDANTES E SERVIDORES VOLTAM ÀS RUAS PELA EDUCAÇÃO E CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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estudantes protestam contra corte na educação
Manifestantes em GV protestam mais uma vez contra a reforma da Previdência e cortes na educação. Foto: Fábio Monteiro

Diversos estudantes chegaram cedo na Praça do Emigrante, próxima ao GV Shopping, no Centro de Governador Valadares, para participar do ato que diz não aos cortes na área de educação feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A medida, que atinge em cheio as instituições federais, em Valadares representadas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) e Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), já ganhou duas manifestações contrárias.

A primeira aconteceu no último dia 15 e levou mais de 1 milhão de pessoas para as ruas em cerca de 200 cidades em todo o Brasil. Valadares foi uma delas e não fez feio: lotou praças e ruas.

Este segundo ato, nesta quinta, ocorreu em Valadares na parte da manhã, finalizando por volta do meio-dia, na Praça dos Pioneiros.

Apesar do público menor, os manifestantes conseguiram dar o recado de que a cidade está de mãos dadas com os demais estudantes do país em defesa da educação e contra a reforma da Previdência.

Para Henrique Queiroz, servidor da UFJF-GV, os cortes trazem um impacto econômico e social na universidade que não pode ser negligenciado pela população.

“A nossa intenção aqui, enquanto escola pública, é possibilitar o desenvolvimento econômico, social e individual da classe trabalhadora, com acesso à educação pública gratuita, de qualidade, e socialmente referenciada”.

Isso significa, segundo ele, garantir que a universidade seja referência desse modelo e continue contribuindo para o desenvolvimento do país. Ele explica ainda que no Brasil quase 90% das pesquisas são produzidas dentro de universidades, como a UFJF.

“Recentemente, por exemplo, descobrimos (UFJF-GV) o uso do tempero para combater o Aedes aegypti, a gente tá descobrindo o uso da pele de tilápia para curar feridas. Isso é pesquisa, é desenvolvimento econômico, social, avanço tecnológico e científico”, ressalta.

Ato contra cortes na educação em valadares 30 M
Foto: Fábio Monteiro

A sindicalista Talita Silva, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/GV), comenta que a educação pública já é precária, com investimentos baixos, e lembra que recentemente o setor sofreu congelamento de 20 anos no governo Temer.

“Com esse congelamento aí, da educação básica até a universidade, são mais portas se fechando aos nossos estudantes, à população que acessa a escola pública. Então o sindicato luta pela educação pública gratuita e de qualidade”.

Ela diz ainda que o Sind-UTE já convocou para a greve geral no dia 14 de junho, junto com as demais categorias, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

“Vai ser uma grande mobilização para demonstrar para o governo que não vamos ficar parados e aceitar o que ele está fazendo, nem com a educação, muito menos com a previdência social”, afirma.

Maria Luísa Bastos Vasconcelos, aluna do 4º período de Medicina da UFJF-GV, conta que além dos cortes nos auxílios de vários estudantes que dependem dele para ficar em Valadares, a maior preocupação é quanto a pesquisa.

“Esses cortes vão afetar muito, eles têm um impacto econômico na cidade também, além do básico, porque nos laboratórios já enfrentamos a falta de vários materiais, e com esse corte é bem evidente faltar mais ainda”, relata.

Vasconcelos fala também de um outro problema, que é a universidade não ter um campus. “É uma dor diária, porque viver de aluguel em prédios particulares gera vários obstáculos, como a dificuldade de repor uma aula ou fazer adequação dos horários”.

Ela conta que cursos com cargas horárias mais extensas, como acontece na medicina, muitas vezes têm as aulas cortadas na metade para não ultrapassarem o horário do contrato do aluguel.

“Às vezes precisamos de ônibus para ir de um prédio para outro e nem sempre tem no horário, então todo mundo tem que dividir um uber. A distribuição da universidade pela cidade é uma dificuldade diária e bem grande que temos que conviver”, alega.

A principal finalidade dos protestos realizados em todo o país, de acordo com os organizadores, é esclarecer a população que os cortes nos repasses, da educação infantil até a pós-graduação, afetam não só o ensino, mas a pesquisa e os serviços prestados pelas instituições à comunidade.

 

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