FALTA DE COMBUSTÍVEL PROVOCA ATRASO NO TRASLADO DE CORPO DE MINEIRO MORTO NOS EUA

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O mineiro de Marilac, Geovane Ferreira, morreu nos EUA após uma crise de epilepsia (Foto: Reprodução)

A crise no abastecimento de combustíveis, devido à greve dos caminhoneiros, aumentou ainda mais a angústia da família de Geovane Ferreira, 36 anos, natural de Marilac, cerca de 60 km de Governador Valadares.

Ele morreu no último dia 19, na cidade de Methuen, região de Boston, em Massachusetts, e a chegada do corpo sofreu um atraso devido à falta de combustível. A família espera que o traslado seja feito ainda nesta terça-feira (29).

Geovane era o caçula de quatro filhos e morava há 14 anos nos Estados Unidos. Ele sofria de epilepsia e teria se sufocado durante uma crise na madrugada do dia 19 de maio. A partir daí, amigos e parentes organizaram uma campanha para fazer o traslado do corpo para o Brasil. Foram arrecadados US$ 11.360.

De acordo com Thiago Prado, fundador e CEO da Padref, grupo que presta apoio a brasileiros que vivem no exterior e seus familiares, o corpo deveria ter saído de Boston no sábado, 26, mas o voo não foi confirmado.

No domingo, ele foi embarcado no voo que seguiu para Miami, mas o voo para o Brasil foi cancelado devido à greve dos caminhoneiros. Aeroportos no Brasil só recebiam voos que não precisariam reabastecer para seguir viagem.

Finalmente, na segunda-feira o voo saiu de Miami às 23h35 e chegou ao aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, às 8h30 da manhã desta terça. Segundo Thiago, até o final da manhã, o motorista ainda era aguardado para transportar o corpo de Geovane para Marilac.

O reabastecimento dos postos de combustível na capital está sendo feito lentamente e a expectativa é que o traslado final seja feito ainda na parte da tarde.

Angústia perto do fim

A irmã de Geovane, Sônia Luíza Ferreira, 38, disse que a família está ansiosa para receber o corpo de Geovane e poder enterrá-lo. “Minha mãe está sofrendo muito. Ele era o filho caçula. Queremos acabar com isso logo”, desabafou.

Ela reclamou da demora na liberação do corpo do irmão. Segundo ela, a família ainda aguarda a confirmação do horário de saída e chegada do corpo do rapaz.

Sônia explica que Geovane morava ilegalmente nos EUA, mas era casado com uma mulher já legalizada. Ela não confirmou a nacionalidade. O casal tinha duas filhas, sendo uma de 5 e uma de 9 anos. Ele sonhava em legalizar para poder visitar a família no Brasil e trazer as filhas para conhecer o país e os parentes.

Sônia conta que na noite da sexta-feira, dia 18, horas antes de morrer, Geovane teria tentado falar com ela por uma ligação no Whatsapp, mas não conseguiu. “Não sei o que ele queria falar. Nem pudemos nos despedir”, disse a mulher, emocionada.

Até o fechamento desta matéria, no início da tarde desta terça-feira, ainda não havia a confirmação do horário de saída do corpo de Geovane de Belo Horizonte para Marilac.

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Geovane Ferreira morava nos EUA há 14 anos (Foto: Reprodução)

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