Serviços não essenciais abertos, excesso de pessoas nas lojas, clientes almoçando dentro de restaurantes, lojistas vendendo nas calçadas, filas em bancos e em casas lotéricas sem nenhum distanciamento. Essas são situações que evidenciam a falta de planejamento da Prefeitura de Governador Valadares para evitar a infecção pela Covid-19.
A cidade está na onda vermelha – não por vontade do governo municipal, que defende a flexibilização, mas por determinação do Comitê Extraordinário Covid-19 -, porém, as medidas restritivas não estão sendo cumpridas no município.
Nessa fase mais rígida do Minas Consciente, somente é autorizado o funcionamento de serviços essenciais – como farmácias, supermercados e padarias. Mas não é o que se vê nas ruas e avenidas de Valadares.
Achar algum estabelecimento fechado na cidade é como encontrar agulha em um palheiro. O ‘faz de conta’ que os comerciantes estão seguindo os protocolos do Estado está escancarado na fita zebrada colocada nas portas das lojas.
A sinalização, usada para isolar áreas consideradas de risco, se tornou apenas um enfeite neste Natal sem luz e sem cor, em meio a uma pandemia à qual o atual governo não se esforça para segurar as rédeas. Ao contrário, prefere seguir jogando a culpa no estado e na população.
“Estamos sobrecarregados! Precisamos de ações rápidas e resolutivas”, cobrou o prefeito André Merlo do governo de Minas, no ultimo dia 30, durante videoconferência com o secretário Estadual de Saúde.
O boletim divulgado na noite desta segunda-feira (7) confirma o total de 374 mortes em Valadares, seis a mais que ontem (6). No dia 3 de novembro, eram 300 óbitos. Agora, são 74 a mais, uma média de duas mortes todos os dias. De lá para cá, mais 2.057 pessoas foram infectadas – ou cerca de 60 novos infectados a cada dia.
Faltam vagas nos hospitais privados e a rede SUS está acima de 70% de ocupação; hoje, a taxa está em 72,4%. Ou seja, 42 dos 58 leitos UTI Covid estão ocupados neste momento.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Valadares não respondeu aos pedidos de comentários.
Ações
Enquanto o governo local permanece na defensiva, jogando a responsabilidade para o estado, cidades com taxas de letalidade e mortalidade menores que a de Valadares editam medidas para frear a propagação do vírus.
Um exemplo é Belo Horizonte (MG), que publicou um decreto proibindo, a partir desta segunda (7), o consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação da capital.
Além disso, locais flagrados descumprindo os decretos que estabelecem medidas para evitar a infecção pela Covid-19 têm sido interditados pela prefeitura da capital.
Já em Governador Valadares, o que se vê é cada um fazendo o que bem quer, sem uma fiscalização efetiva por parte do governo, como denuncia um fiscal da própria prefeitura. Veja o vídeo abaixo:
Cautela
De acordo com o governo estadual, um dos principais motivos para a cautela, neste momento, é a identificação de uma alta de 27% no índice de contaminação da Covid-19 a partir da última semana de novembro.
Devido ao estado de alerta em Minas, a recomendação é para que as pessoas mantenham as medidas de distanciamento e isolamento social, além do uso constante de máscara e álcool em gel.
Denúncia
A Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais (OGE-MG) criou um canal para receber denúncias e reclamações sobre o novo coronavírus. Para acessar, clique aqui.