“Estamos vivendo tempos difíceis, estamos assistindo ao desmonte da seguridade social no país, e eu nunca tive tanto medo de morar no Brasil, porque nunca achei que iríamos ter que lutar para garantir direitos que já estão garantidos”, discursou a vereadora Iracy de Matos (SD) na reunião desta segunda-feira (11), na Câmara Municipal.
Após falar sobre a situação do país, a vereadora voltou sua fala para os problemas locais, direcionando grande parte das críticas para a gestão do prefeito André Luiz Merlo (PSDB). “Será que nosso governo sabe o que é política pública, com atitudes como começar as aulas e não ter transporte público na zona rural?”, indagou.
“Eu fico com vergonha quando sou procurada por um assunto assim, pois o estatuto da criança e adolescente diz que criança é prioridade absoluta, e se não zelarmos pela política de educação, que é a única possibilidade de transformar o homem, vamos viver o que estamos vivendo em Valadares, onde a cada dia a violência aumenta, onde só estamos à frente de quatro cidades entre as 853 do estado”, enfatizou.
Matos continuou cobrando da administração: “cadê as quadras poliesportivas das áreas vulneráveis? o cuidado com os adolescentes para eles não irem para as ruas? Cansei. Porque quem não quer dialogar, tem que apanhar, quem não conversa e não quer compreender, tem que apanhar”.
Em seguida, a vereadora cutucou os parlamentares que rejeitam propostas de interesse da cidade, segundo ela, apenas por serem apresentados por vereadores que não estão com o governo.
“Não tem outro lugar pra sair política pública sem ser o parlamento, e essa Casa veta projetos que podem diminuir a violência. Projetos simplesmente são vetados e arquivados por uma questão política rasteira e baixa”, criticou.
Iracy ainda pediu que nesse ano os vereadores tenham mais responsabilidade e façam menos politicagem dentro da Câmara. “Vim aqui para deixar uma marca da justiça social. É nessa Casa que podemos fazer políticas públicas, e eu não vou virar as costas para as dificuldades que eu assisti a vida inteira e inclusive me encorajaram a vir aqui (se candidatar)”.
A vereadora também denunciou que o Cadef – Centro de Apoio ao Deficiente Físico – não fornece, há três anos, nenhum equipamento auxiliar de locomoção, o que estaria deixando as pessoas nas camas com escaras. “Aí elas vão para o hospital municipal, e vão morrer, porque o hospital não dá conta”, lamentou.
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