“Eu sou Paulinho Costa e estou trabalhando para você!”, afirma o vereador de Governador Valadares, no final de um vídeo [veja abaixo] postado em suas redes sociais, essa semana, para anunciar como “conquista” a aprovação de um projeto de lei que permite a construção do Museu da Cidade na praça Getúlio Vargas, no bairro de Lourdes.
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O vereador, no entanto, faz parecer que trabalha mesmo é para o prefeito, já que não se deu ao trabalho de saber se a comunidade era favorável ou não à proposta do Executivo. Segundo a empresária Dilma Oliveira de Souza, nem Paulinho Costa, nem qualquer outro parlamentar procurou moradores do bairro de Lourdes para tratar do assunto, antes ou após a aprovação do projeto.
“Acho um desrespeito, tinha que chamar para uma reunião, passar o carro de som convocando os moradores, pois a praça é de convivência do povo, além de ser o único espaço verde e ponto de encontro da comunidade. Querem acabar com a área verde, diminuir o espaço da praça para construir um museu, sem sequer ouvir a opinião de quem mora no bairro e na região”, critica Dilma.
A empresária encabeça um movimento que colhe assinaturas para impedir que a Fundação Renova construa um museu na praça Getúlio Vargas, conforme autoriza o projeto de lei 121/2022. Aprovado em setembro desse ano, a proposta cede o uso de cerca de 700 m2 da área da praça para edificação.
O abaixo-assinado, que será encaminhado ao Executivo Municipal e à Câmara de Vereadores, solicita, em caráter de “extrema urgência”, que “sejam canceladas quaisquer possibilidades de construção de um museu na Praça Getúlio Vargas, no bairro de Lourdes”.
O texto do documento lembra que a praça é uma das mais antigas da cidade, ressalta a necessidade de preservá-la em sua originalidade e cobra melhorias no espaço, como instalação de uma nova academia de ginástica para idosos e de um “parquinho” para que as crianças possam ter mais meios de entretenimento.
“Esse é o único espaço de convivência com área verde em toda a região e a melhor visão de por do sol”, enfatiza a empresária, antes de frisar, também, que a construção de um prédio na praça irá tirar a visibilidade do local.
Além disso, Dilma ressalta que o museu pode ser construído em vários outros locais na cidade, sugerindo o Horto Municipal, Açucareira, Parque Municipal e Praça de Esportes. “Estão falando que o museu seria construído como forma de compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem; então vão sanar um desastre provocando outro desastre para a comunidade?”, questiona.
Na opinião dela, a compensação dos danos, por meio da Renova, deveria priorizar obras de maior necessidade como “a conclusão do Hospital Regional, o saneamento em locais onde o esgoto corre a céu aberto na cidade e a revitalização de áreas como a orla do bairro São Paulo”, avalia.
A empresária informa ainda que neste sábado (26) e domingo (27), de manhã e à tarde, um grupo de moradores estará na praça Getúlio Vargas recolhendo assinaturas para o abaixo-assinado que será enviado ao Executivo e Legislativo de Governador Valadares.
De acordo com Dilma, caso o atual governo não atenda aos interesses da comunidade, os moradores vão recorrer ao Ministério Público (MPMG) para garantir os direitos da população da região do Lourdes.
