Te convido a prestar atenção nos olhares…
Você já se permitiu, hoje, se demorar no olhar de alguém?
Desde de sempre escutei que os olhos são a janela da alma… logo, eles contam muito de nós mesmos.
E hoje consigo perceber e sentir o quanto os olhos falam, talvez, bem mais que as palavras.
Há vozes que dizem estar tudo bem, porém, os olhares revelam a angústia e o desespero de não mais saber o que fazer com a dor.
Os olhos não mentem!
Há olhares que revelam a fragilidade da alma, aqueles que não suportam se fixar no olhar de outro alguém.
Os olhos dizem quem é você!
Há olhares de arrependimento, que sabem o erro que cometeram, mas não conseguem encontrar solução.
São pelos olhos que saem as lágrimas!
Há olhares sedutores, que hipnotizam, e te convidam a mergulhar em várias sensações.
Os olhos te convidam para a ação!
Há olhares sinceros, que sabem confortar, mesmo sem nada dizer.
Os olhos transmitem nossas emoções!
Há olhares que abraçam, que acolhem e te levam a experimentar o melhor que há em você.
Os olhos são espelho!
Há olhares que ameaçam, que intimidam e faz você se recolher em seu íntimo, em busca de proteção.
Olhe para dentro de você!
Com essa rotina acelerada, sem tempo para o que realmente importa, somos convocados a não prestar atenção nos detalhes…
Como se parar para olhar fosse perda de tempo…
Não olhamos mais para os filhos que pedem atenção, porque temos que preparar o jantar rápido, para descansar, e estarmos prontos para a outra longa jornada que nos espera amanhã.
Não olhamos mais para nossos amigos que moram no prédio do outro quarteirão, porque temos que correr para pegar a lotação, e o tempo do relógio de ponto não espera.
Não olhamos para os vizinhos, afinal, ele pode te parar para perguntar como vai a família… você não tem tempo a perder com conversas assim… Precisa cozinhar o feijão, botar a roupa no varal, lavar a louça do jantar de ontem… terminar o artigo que será publicado nos anais científicos…
Não olhamos para as pessoas que passam por nós na rua, e mesmo não sendo conhecidos específicos, perdemos a chance de dar ou ganhar sorrisos.
Olhar…
Tempo…
Demorar…
Não temos tempo para demorar nos olhares…
Assim não damos o devido espaço para a cognição, emoção e ação.
Não damos tempo para apreciarmos as coisas simples…
Não damos a chance, nem o tempo para que as identificações ocorram.
Não estamos permitindo que o tempo seja lento para criarmos memórias…
Assim, estamos esquecendo de olhar…
Para as pessoas, com seus olhares!
Para a vida!
Para dentro…
…E para fora de nós.