O Brasil tem assistido, nos últimos 45 dias, a um espetáculo dantesco! Um número considerável de criminosos, sim, criminosos, entrincheirados nas portas de quartéis pedindo socorro às Forças Armadas para auxiliá-los em seu surto de Dissonância Cognitiva Coletiva para uma suposta retomada do “Poder” que lhes teria sido retirado nas últimas eleições presidenciais no mês de outubro, quando, segundo eles, teria havido uma fraude eleitoral que deu vitória ao então candidato Lula da Silva ao invés de seu candidato escolhido, Jair Bolsonaro. Para isso pedem uma “intervenção militar”, nos moldes de 1964, em total ignorância e contraposição criminosa quanto aos preceitos da Constituição Federal vigente.
O fato de desconhecerem ou ignorarem a lei não torna essa mesma lei inócua ou faz dos que ali protestam pessoas inimputáveis. Os que lá estão a protestar contra a legítima eleição de Lula, na verdade estão cometendo crime contra a Democracia e o Estado Democrático de Direito, tipificado, com todas as letras, nos itens do artigo 359 do Código Penal Brasileiro.
O que se vê na maioria das cidades onde os criminosos estão favelizando as portas dos quartéis com a montagem de barracas improvisadas e toda sorte de quinquilharias que incluem desde fogões, mesas, cadeiras, gambiarras de iluminação (quase sempre obtidas por ligação clandestina em postes da iluminação pública), passando por instalação de banheiros químicos e até decoração natalina é a mais silente conivência e/ou omissão das autoridades, tanto as civis, como as militares e, ao que parece, até mesmo das autoridades judiciárias que, em tese, deveriam agir em total sintonia com a Lei, inclusive cobrando de outras autoridades o efetivo cumprimento da legislação.
Passado o pleito eleitoral surgiu, de pronto, uma considerável horda de descontentes insuflados por pseudolideranças e supostamente financiadas por empresários e membros do chamado agronegócio, que foram se postar frente às instituições militares sem que houvesse qualquer contraposição das mesmas, ainda que estivessem ocupando áreas consideradas de “Segurança Nacional” que, por lei, estão sujeitas a rigorosas regras quanto ao uso e ocupação.
A questão é simples: a eleição passou e Lula é o Presidente Eleito! E ponto final!
Diplomado no último dia 12 de dezembro, Lula e seu Vice-Presidente Geraldo Alckmin estão legítima e formalmente habilitados e capacitados para serem investidos de suas funções no dia 1° de janeiro de 2023, quando tem o efetivo início de seus mandatos para os próximos 4 anos.
A pergunta que se faz é a seguinte: quem vai fazer executar e cumprir a lei contra a turba de criminosos que estão a praticar atos antidemocráticos diante dos quartéis? Até quando as autoridades ficarão omissas?
Já diz o ditado: “Dura Lex sede Lex! A Lei é dura mas é a Lei!
Os militares, responsáveis pelas instalações cujas frentes foram obstruídas pelos golpistas criminosos estão em completo silêncio, conivência, ou, no mínimo, exagerada complacência para com os subversores da lei e da ordem constitucional.
A prefeitura, a quem cabe zelar pela fiscalização dos passeios, ciclovias e vias públicas, mantendo-os livres e desimpedidos, ignora completamente a aberração cometida pelos que, ao atentar contra a democracia, se apossaram totalmente do passeio público, bem como da ciclovia em frente ao quartel do Tiro de Guerra, instalando barracas, lonas, faixas, cones, bandeiras de forma totalmente em desacordo com a legislação municipal e de trânsito. E mais uma vez, ninguém se responsabiliza pelo cumprimento da lei e o restabelecimento da ordem.
Em algumas cidades, o Ministério Público estipulou a imediata retirada desse tipo de material utilizado pelos criminosos antidemocráticos da frente e adjacências das instalações militares sob pena de prisão e multa para os responsáveis, mas em Governador Valadares ainda não se viu nenhuma ação efetiva neste sentido, mesmo passados mais de 40 dias das eleições presidenciais.
Diz um outro ditado antigo e de origem duvidosa, que “filho feio não tem pai”.
Quem será o “Pai” daquele ajuntamento de criminosos antidemocráticos e sua favelinha de bagulhos que entulham as vias públicas?
Até quando aquela “visão do inferno” vai permanecer lá? Com a palavra as “autoridades”!