OPERAÇÃO TAPA-BURACOS: VEREADORA DENUNCIA ALTOS VALORES EM CONTRATOS

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Mafra mostra ineficiência da operação tapa-buracos, mesmo com altos valores pagos a empresas. Foto: Diculgação/CMGV

Os buracos nas vias públicas de Governador Valadares também foram tema de discurso nesta segunda-feira (11), na primeira reunião ordinária da Câmara Municipal.

A vereadora Rosemary Mafra (PCdoB) usou a tribuna para criticar a medida do governo de mudar o itinerário dos ônibus em alguns bairros, por causa dos buracos, e para denunciar que há algo de estranho nos valores da operação tapa-buracos no município.

Os dados mostrados foram coletados no Portal Transparência e estavam postos em duas folhas de papel que ela sacudia ao citar os valores gastos no reparo das ruas, que apesar de duplicarem a cada ano, estão longe de colocar fim aos milhares de buracos espalhados nos bairros e centro da cidade.

A vereadora começou propagando o último contrato realizado entre a Prefeitura de Valadares e uma empresa especializada em execução de serviços de engenharia e manutenção de vias pavimentadas, ou seja, o conhecido tapa-buracos.

O contrato foi assinado em setembro de 2018, no valor de aproximadamente R$ 4 milhões, e termina em setembro deste ano. “Cadê os quatro milhões?”, perguntou a parlamentar.

“Não tem tapa-buracos aqui, tanto que a empresa valadarense mudou o itinerário dos ônibus. O itinerário, as linhas e as vias percorridas pelos veículos são ditados, orientados e autorizados pela prefeitura, que é a concedente do serviço”, afirmou.

“Mas dinheiro teve e tem, e não são só os quatro milhões, tem mais: a empresa contratada em 2014, no governo anterior, recebeu cerca de R$ 4,5 milhões para prestar o serviço, de setembro de 2014 a setembro de 2016. Em 2015, essa empresa recebeu um aditivo R$ 254 mil”.

“Agora caiam duros: no primeiro ano do atual governo (André Merlo), os R$ 254 mil viraram R$ 2.405 milhões, com o mesmo objeto. E não acabou. Em setembro de 2018, esses quase 2 dois milhões e meio viraram  R$ 5.240 milhões, no quinto aditivo de vigência do contrato”.

“E mais: uma outra empresa, a Potengi, firmou contrato com o município, com vigência de setembro de 2017 a setembro de 2018, para também prestar serviço de engenharia e manutenção de vias em diversos bairros e distritos, no valor de R$ 1.981 milhão. Em outubro de 2018, houve um aditivo de R$ 2. 467 milhões”, relatou Mafra.

Buracos vão parar no MP

A fala da vereadora Rosemary Mafra foi motivada pela ação ajuizada pelo vereador Antônio Carlos de Souza (PT) no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no início deste mês.

O objetivo do parlamentar é colocar fim aos milhares de buracos nas ruas da região do Vila do Sol, que levaram à mudança do itinerário dos ônibus da empresa Mobi/Valadarense.

As ruas Guarapari, Jacaraípe e Copacabana, no Vila do Sol, não estão mais sendo usadas como linhas de ônibus. Segundo o vereador, a alteração prejudica usuários do transporte coletivo e comerciantes da região e a permanência dos buracos afeta o acesso aos bairros Jardim Alvorada, Vila dos Montes e Cidade Jardim, além do Vila do Sol.

Não apenas nessa região houve mudança do itinerário dos ônibus por conta dos buracos. Internautas relatam o ocorrido também em outros bairros:

internautas itinerário

 

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