O vereador Coronel Wagner (PMN) disse, na reunião de terça-feira (11), que o pedido de empréstimo de R$ 10 milhões, encaminhado à Câmara Municipal pelo Executivo, pela quinta vez, é um “diploma de incompetência” do prefeito André Merlo (PSDB).
Ele destacou que a administração atual contou, no ano de 2017, com R$ 140 milhões para urbanismo, no ano seguinte, R$ 148 milhões, em 2019 com R$ 212 milhões e este ano terá recursos de R$ 250 milhões.
“São R$ 750 milhões em quatro anos para calçar, melhorar as vias da cidade, e tem a cara de pau de vir aqui pedir empréstimo de R$ 10 milhões?”, criticou.
O parlamentar ainda questionou: “Quem não conseguiu fazer com R$ 500 milhões, que é o que já foi gasto com urbanismo, vai fazer com R$ 10 milhões?”.
De acordo com Coronel Wagner, o empréstimo junto ao Banco do Brasil vai gerar um juros de R$ 4,6 milhões para o município, quase 50% do valor contratado. Também lembrou que quem vai pagar a conta “é o povo”.
“Esse pedido de empréstimo é um certificado de incompetência desta administração. E o governo vem com subterfúgio, com a desculpa agora de que a cidade está cheia de buracos. E está mesmo. Por que foi incompetente, até agora, pra fazer aquilo que devia ser feito. Incompetente pra não ter feito a açucareira, o Teatro Atiaia e um monte de coisas mais”, considerou.
Derrotas consecutivas
O projeto de lei que autoriza o governo a contratar um empréstimo de R$ 10 milhões junto ao Banco do Brasil chegou na Câmara na última sexta-feira (7) e deverá ser votado em reunião extraordinária ainda no mês de fevereiro.
Esta é a quinta vez, desde o ano passado, que a matéria é apresentada na Casa.
No dia 25 de junho de 2019, o projeto foi colocado em pauta pela primeira vez. Vereadores de oposição, no entanto, obstruíram a discussão e a votação da proposta, se retirando do plenário, aproveitando a ausência de parlamentares da bancada governista. Sem quórum, a votação foi adiada.
Integrantes dos blocos da minoria e independente, mais alguns vereadores do governo, deixaram o plenário antes da leitura da ordem do dia na reunião do dia 3 de julho, conseguindo postergar, de novo, a votação do projeto.
No dia 5 de julho, o prefeito André Merlo sofreu nova derrota na Câmara, desta vez com a participação declarada de vereadores da situação descontentes com o governo. Neste dia, o projeto de lei foi rejeitado pela maioria.
Com a base recomposta, o governo mudou a tática e a proposta, desta vez, foi apresentada por 10 vereadores. Na reunião extraordinária do dia 13 de dezembro, tudo indicava que seria aprovada a autorização para o empréstimo.
Mas um mandado de segurança impetrado pela vereadora Rosemary Mafra (PCdoB) jogou um balde de água fria na pretensão do prefeito.
Mais uma vez o projeto foi retirado da pauta, já que a justiça local entendeu que a competência para propor a matéria é exclusiva do Executivo.