PREFEITURA DE VALADARES TERÁ PORTAS FECHADAS NESTA SEXTA E SERVIDOR AGRADECE

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Prefeitura de Governador Valadares não terá expediente nesta sexta-feira, 3 (Foto: Divulgação)

O governo André Luiz Merlo (PSDB) jogou para a população de Governador Valadares o ônus da falta de repasses de recursos por parte do Estado.

Dessa forma,  o acesso a serviços importantes para o cidadão, principalmente o mais carente, como postos de saúde, só retorna na segunda-feira (6).

Além das unidades de saúde, a prefeitura também não abrirá as portas nesta sexta-feira (2), nem nas duas próximas seguintes, medida que deixou feliz em especial o servidor público, que receberá normalmente pelo descanso na sexta durante três fins de semana consecutivos. “Um feriado já é bom, imagina três seguidos?”, brincou um servidor que não quis se identificar.

Outras prefeituras do leste mineiro vão adotar o mesmo procedimento, conforme decidido no Fórum Emergencial de Saúde e Educação realizado no dia 27 de julho, com a presença de aproximadamente 40 prefeitos.

Entre as cidades de maior porte da região, também decretaram ponto facultativo os municípios de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo, Santana do Paraíso e Caratinga.

A ideia é interromper os serviços municipais durante três sextas-feiras, até o próximo dia 20. Após essa pressão inicial, esperam os prefeitos que o governador Fernando Pimentel (PT) se posicione sobre a retomada dos repasses. Caso contrário, as medidas serão as seguintes:

  • paralisação e suspensão das atividades das prefeituras, com exceção dos serviços essenciais, como atendimento de emergência na saúde, limpeza urbana e defesa civil;
  • paralisação das atividades de todas as escolas da rede pública municipal;
  • paralisação do transporte escolar da rede pública estadual;
  • suspensão de convênios com órgãos do Estado;
  • suspensão da cessão e fornecimento de bens e serviços como imóveis, servidores, combustíveis, entre outros, o que deve atingir órgãos como Emater, IMA, Polícia Militar e Polícia Civil;
  • exigir do Governo do Estado a imediata implantação do Consurge/Cisvales;
  • propor Ação Civil Pública;
  • pleitear a intervenção do Governo Federal no estado de Minas Gerais, considerando o descumprimento de deveres constitucionais em relação aos municípios.

Bloqueio

De forma indireta, o governador Pimentel já deu resposta aos gestores do leste.

Em nota divulgada na segunda-feira (30), o governo mineiro informa que o governo Temer está bloqueando repasses de recursos ao Estado.

O governador também reclama que o governo federal não paga o que é devido a Minas, como o ressarcimento de cerca de R$ 120 bilhões pelas isenções de impostos da Lei Kandir.

Ou seja, Minas depende dos repasses do governo federal, e os municípios dos repasses do Estado. O que se espera é que o governo mineiro não opte também em interromper o acesso aos serviços estaduais.

Confira, abaixo, a íntegra do comunicado do governo de Minas sobre os bloqueios de recursos:

“O governo federal insiste em prejudicar Minas Gerais, sua população e milhares de servidores públicos estaduais. Mais uma vez, a União está bloqueando recursos do Estado destinados ao pagamento de muitos compromissos, inclusive os salários dos nossos servidores.

Desde o dia 17 de julho último, o governo federal vem bloqueando os recursos do Governo de Minas que entram pela conta do Banco do Brasil. Os bloqueios já superam R$ 360 milhões até a presente data.

O pagamento dos salários dos servidores neste mês não foi ainda concluído unicamente por causa desses bloqueios. Este valor bloqueado pela União seria suficiente para quitar a segunda parcela dos salários de todos os servidores ativos, inativos e pensionistas, na data previamente estabelecida (25/7), evitando os atrasos ocorridos.

Minas vem fazendo todo o esforço para manter os pagamentos da enorme dívida contraída junto ao Banco do Brasil e à União pelas gestões anteriores. Tem sido assim desde 2015. Contudo, surpreendentemente no dia 17 passado os bloqueios começaram.

Não bastasse a atual gestão em Minas Gerais ter que arcar com essas dívidas e ainda um déficit de R$ 8 bilhões, o governo federal, além de não pagar o que é devido ao Estado – como o ressarcimento de cerca de R$ 120 bilhões pelas isenções de impostos da Lei Kandir—, age ardilosamente para prejudicar o povo mineiro.”

 

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