PROFESSOR MÁRCIO LANÇA ‘MEMORIAL E TRABALHO DOCENTE: COMEÇO DO FIM OU FIM DO COMEÇO?’

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professor márcio lima lança livro
Professor Márcio e o seu ‘Memorial e trabalho docente: Começo do fim ou fim do começo?’. Imagem: Arquivo pessoal

Das motivações para escrever um livro que aborda mais de 30 anos de trabalho como professor, atuando e aprendendo, o professor Márcio Antônio Cardoso Lima afirma que sempre foi um aprendiz.

Mesmo durante tantos lugares e salas de aula que passou, ele define que o aprendizado é constante, e as vitórias colhidas durante o caminho e o processo ensino-aprendizagem são de todos.

“Fiz, esse ano, trinta e cinco anos de trabalho com o processo ensino-aprendizagem, em várias áreas do conhecimento. O livro é, simplesmente, prestação de contas de trabalho realizado e, principalmente, convite para quem tem interesse neste labor. Afinal, ninguém nasce sabendo como trabalhar o processo ensino-aprendizagem. A experiência ensinou-me algo considerável: o aluno não é importante, o professor não é importante, a tecnologia não é importante. Aprendi, na desaprendizagem, que, a prática, com suas contradições, faz com que tudo seja valioso, marcante, desafiante. Eis, então, que por onde passei, fui aprendiz/ensinante e, que as vitórias foram, portanto, coletivas”, relata.

Começo do fim ou fim do começo? O título, que remete ao tema educação, tem um significado para o professor que lecionou durante 19 anos em Governador Valadares e atualmente trabalha no curso de Pedagogia do Campus Universitário de Miracema/UFT, em Tocantins (TO).

Para ele, “há, dialeticamente/filosoficamente, em qualquer experiência, o começo, em vista, assim, a determinado fim; contudo, o fim está presentificado em todo e qualquer começo; mas, uma deliciosa surpresa: ambos, começo e fim, interpenetram-se, em abolição de toda e qualquer teleologia”.

E sobre o ser professor, ele afirma que é uma constante construção e reconstrução de papéis. “Não há um ser professor, visto que, a experiência cotidiana com o trabalho faz-me, o que não sou, professor. Propugno, então, saída, isto é, fazer-se, existencialmente, na materialidade, a construção do que não sou, para tentar ser, tendo em vista, que, nunca serei o que querem de mim: professor. Ou melhor, é tentativa frustrada, que funda, então, o que querem de mim, o que não sou”, filosofa.

Em um diálogo entre o educador Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, e o também educador Márcio Lima,  “(…) em vista a quem se propõe à responsabilização com o processo ensino-aprendizagem, ante indicação de que, vivendo, experimentando e saboreando, diariamente, à docência como lugar de aprendizagem/trabalho, é que se aprende a ser docente”, ele analisa o papel do professor, ou melhor, do que é ser, ou quem é o ser professor.

“Certa inteligibilidade permeia o nosso trabalho: vê-lo como arte. Continuo, então, através da prática com o processo ensino-aprendizagem, a busca da ainda-não, ou melhor, de certa belezura inalcançável, utópica, de artista que mostra que o que foi feito, poderia ter sido melhor, não obstante, foi o que consegui”, comenta.

Professor Márcio, que participou da vida de tantos alunos, e certamente deixou marcas muito positivas, pede a palavra para agradecer, em especial, a um ex-aluno e conterrâneo de Carlos Chagas (MG). “Agradeço ao meu ex-aluno, William de Almeida Martins – Analista do Ministério Público de Minas Gerais – que, entusiasticamente, organizou esta entrevista”.

Quem é o professor

livro Memorial e trabalho docente: Começo do fim ou fim do começo
O livro pode ser adquirido em formato impresso ou e-book . Imagem: Arquivo pessoal

Márcio Antônio Cardoso Lima é natural de Carlos Chagas (MG), passou pelo seminário Católico em Juiz de Fora (MG), no entanto, abandonou a proposta ao sacerdócio e iniciou os estudos da Graduação em Filosofia (1982) e Estudos Sociais/História (1984), pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Formou-se em Pedagogia/Supervisão Escolar (1987) pela Universidade Vale do Rio Doce. Mestre (2001) e doutor (2005) em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.

Atualmente, trabalha no curso de Pedagogia – Campus Universitário de Miracema/UFT – como Professor Associado III.

É autor dos seguintes livros: ‘A pesquisa-ação e o ensino de filosofia’, lançado em  2013, ‘O ensino de filosofia e a pesquisa-ação’, em 2016,  ‘Considerações sobre o ensino de filosofia em teses e dissertações’, em 1988-2001e 2018, e ‘O ensino de filosofia num contexto de reestruturação capitalista: ainda é possível um processo ensino-aprendizagem crítico-participativo?’, lançado em 2019, todos pela Editora CRV.

O livro ‘Memorial e trabalho docente: Começo do fim ou fim do começo?’, de Márcio Antônio Cardoso Lima, pode ser adquirido em formato impresso ou no formato e-book pelo link abaixo:

https://editoracrv.com.br/produtos/detalhes/34772-memorial-e-trabalho-docentebr-comeco-do-fim-ou-fim-do-comeco.

 

 

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