REFORMA DA ‘PRAÇA DA MULHER DA BOCA ABERTA’ SE ARRASTA POR QUASE 4 MESES

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praça da mulher da boca aberta
Reforma da praça da Mulher da Boca Aberta, uma das menores da cidade, já dura mais de três meses

Em várias partes do mundo, edificações estão sendo erguidas num prazo cada vez mais difícil de se acreditar, como na China, que levantou um edifício de 57 andares em 19 dias, na Índia, que ergueu um prédio de 10 andares em 48 horas, na Holanda, que executou um túnel sob rodovia em um único final de semana, ou mesmo no Brasil, que comemorou o recorde da construção da estrutura de um prédio de 5 andares em 10 dias.

Em Governador Valadares, no entanto, a reforma da Praça Aurita Franco Machado, popularmente conhecida como ‘Praça da Mulher da Boca Aberta’, se arrasta por mais de três meses. As obras de revitalização começaram em março,

A praça está localizada na área central da cidade, entre as ruas Marechal Floriano, Tiradentes e Arthur Bernardes, e originalmente foi concebida em formato triangular. Com esse novo projeto, ainda em andamento, a praça ganhou forma de um bumerangue e teve sua área ampliada para aproximadamente 70 m2.

Um  cavalete estacionado em um dos cantos da praça, com os dizeres “Prefeitura em Ação”, não traz nenhum detalhe sobre a obra, como valores gastos para sua execução.

Além dos dados financeiros, como impõe o princípio constitucional da publicidade, também deveria estar à disposição da população informações sobre data de início e término dos serviços, empresa contratada (com endereço e CNPJ)- caso não seja o município o executor -, nome e registro do engenheiro responsável, número do processo licitatório, entre outros.

O Olhar solicitou à prefeitura de Valadares o total do valor gasto com a reforma do espaço e a data prevista para sua inauguração, mas não houve retorno até a publicação da matéria.

placa praça
Além da propaganda para a prefeitura, cavalete não traz nenhuma informação da obra para a população

Marco

A atual Praça Aurita Franco Machado, anteriormente denominada Praça 13 de Maio, surgiu no final dos anos 60, quando recebeu o busto que simboliza  a participação das mulheres valadarenses na ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, ou Marcha da Direita, por ocasião do golpe de 64.

A passeata foi coordenada por Aurita Machado, junto com a Liga Católica e Damas de Caridade, e as manifestações foram contrárias ao decreto assinado em 1964 pelo presidente João Goulart, durante um comício na Central do Brasil,  no Rio de Janeiro, que, entre outros, nacionalizava todas as refinarias particulares de petróleo, fixava os trabalhadores rurais em áreas adequadas e criava a SUPRA – Superintendência da Reforma Agrária.

O busto da Mulher da Boca Aberta é um marco desse tempo, em que as mulheres valadarenses foram para as ruas protestar contra a “ameaça comunista” no Brasil e, de certa forma, contribuir para o início da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985.

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