Servidora é denunciada por recebimento indevido do Bolsa Família em Valadares

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(Foto: Divulgação)

O Ministério Público Federal (MPF) em Governador Valadares está apurando o recebimento indevido de recursos do programa Bolsa Família, do governo federal, pela servidora contratada do estado, Tatiana Barrel Neto.

O inquérito foi motivado por denúncia feita pelo marmorista Márcio Felipe Brum Coelho, em junho de 2017. Ele também protocolou denúncia na Polícia Federal em Governador Valadares, em janeiro do ano passado.

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Tatiana Barrel sacou mais de R$ 2 mil do programa federal

A servidora Tatiana Barrel Neto foi beneficiária do programa em 2014 e 2015, quando ocupava o cargo de Agente de Segurança Socioeducativo no Centro Socioeducativo Governador Valadares, instalado no bairro Santos Dumont.

Segundo consulta ao Portal da Transparência, nos dois anos em que recebeu o benefício, Tatiana Barrel Neto retirou um total de R$ 2.110,00, em parcelas que variaram entre R$ 102 a R$ 112. Os saques foram feitos nos meses de março a dezembro de 2014 e janeiro a outubro de 2015.

Atualmente, a servidora atua como professora na escola estadual que funciona dentro do centro, mas permanece nomeada no cargo de Agente de Segurança Socioeducativo, com um salário de $ 4.234,06. O cargo tem remuneração incompatível para ser beneficiária do Bolsa Família.

Tatiana é ex-esposa do marmorista e autor da denúncia, Felipe Brum, com quem tem uma filha de sete anos. Em depoimento ao MPF, ele disse ainda que obteve informações de que “colegas de trabalho da Tatiana também seriam beneficiárias do programa federal”.

Ao O Olhar, o marmorista contou que ficou sabendo que Tatiana recebia o benefício poucos dias antes de se separarem, em 2015, e que só agora resolveu tornar o caso público numa tentativa de obter a guarda da filha, “em razão de maus-tratos sofridos  pela criança”.

A servidora foi procurada pelo O Olhar, mas não quis comentar o assunto.

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Ex-marido Felipe Brum, autor da denúncia, disse que há outros servidores do Centro Socioeducativo envolvidos

Fraude

A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou, nesta quinta-feira (4), relatório que aponta fraude em quase 350 mil cadastros do programa Bolsa Família. Segundo a CGU, foram pagos pelo governo mais de R$ 1 bilhão a pessoas que não tinham direito ao benefício, entre eles funcionários públicos.

Criado em 2003, o Bolsa Família tem a finalidade de atender famílias em condições de pobreza e extrema pobreza, com renda de até R$ 170 por pessoa. A prática de recebimento irregular é crime de estelionato e pode levar a até cinco anos de prisão.

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