Sessentamos!

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Encontro no Bar do Fred, em dezembro de 2024. Foto: Divulgação

Numa segunda-feira de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, participei de um pequeno encontro da turma do Colégio Ibituruna, que estudou ali nas décadas de 1970 e 1980 e se formou no segundo grau em 1982. No último ano de escola, essa turma ganhou o apelido de “3º Tchaça” ou “Terceiro Ano da Cachaça” – uma referência às três salas que reuniam cerca de 100 alunos.

Nunca soube ao certo quem cunhou o apelido. Talvez tenha sido o Rogerinho Cachaça? O fato é que o nome acabou se tornando o refrão preferido da torcida do terceiro ano durante as empolgantes disputas do JECI. Das arquibancadas, entoava-se em alto e bom tom: “Terceiro Tchaça, Terceiro Ano da Cachaça!”.

Também não sei exatamente quando começaram os encontros da turma, se logo nos primeiros anos após a conclusão do ensino médio ou apenas na década seguinte. Lembro-me de que um deles, talvez o número 1, foi realizado no próprio colégio. Depois disso, aconteceram reuniões na Ilha dos Araújos, em chácaras no Capim, no Clube Filadélfia e em outros locais da cidade. Aos poucos, o intervalo entre um evento e outro foi se tornando cada vez menor.

É uma festa e tanto, para ninguém colocar defeito: bem organizada, com muito boa música, comida e bebidas à vontade, sempre alegre e divertida, e com uma pitada de saudosismo. Também acontecem encontros mais pontuais, ora na casa de algum colega, ora em bares e restaurantes de Valadares, Belo Horizonte, Vitória ou onde quer que haja pelo menos dois ‘ex(?)-tchaças’ prontos para relembrar os velhos tempos.

O tempo, claro, não passou sem deixar sinais. A pele muda, os cabelos grisalham e as rugas encontram seus lugares. Mas é sempre especial rever amigos e se dar conta de que muitas dessas pessoas, mesmo não tendo sido tão próximas na escola, acabaram se tornando lembranças queridas do nosso passado e figuras marcantes em nossos encontros.

Paulinho Bundinha foi uma dessas presenças especiais nesse último e rápido encontro. Considerado o ‘Google’ em assuntos da turma, o passar dos anos não lhe tirou o jeito simpático, brincalhão, acolhedor e da paz. Muito positivista, afirmou, lá no Bar do Fred, que “os 60 são os novos 40”, o que nos deixou muito felizes e confiantes.

Estava lá a Aninha, oftalmologista que mora em BH, uma pessoa sempre carismática e muito atenciosa com todos, desde que me lembro. Teve bolo e palmas de feliz aniversário para ela, que acabava de completar… 60 anos! A Georgina, o Ruiter, a Fabíola, a Lucivane, a Francismara e o Youssef também estavam presentes; o Ronaldinho deu uma passada relâmpago por lá. E, dependendo de quem chegava, eu, que tenho memória de gata, tinha que recorrer ao Alexandre Rodrigues ou ao Antônio Salmen para me lembrarem o nome da pessoa.

O Gloverson, um colega que morou em vários países e agora está de volta, vivendo em São Paulo, nos contou, com entusiasmo, a origem do nome dele: uma junção dos nomes da mãe e do pai, e que, por anos, teria sido um nome único no país. Agora, segundo ele, já há pelo menos mais duas pessoas se chamando ‘Gloverson’ em algum canto desse imenso Brasil.

E tinha a Virgínia Drumond, organizadora deste e de vários outros ótimos encontros. Professora de tênis, inspiradora de crianças no projeto Bolinha Cidadã e atleta de pickleball, ela tinha acabado de chegar de um torneio em São Paulo. Posso dizer que acabei de conhecê-la um pouco mais, pois, da época do Ibituruna, só me recordava mesmo do seu nome e fisionomia, não da sua gentileza, bom humor e carinho com os colegas.

Não posso deixar de falar de Salmen, Rossine e Alexandre, amigos que estavam lá e com quem tenho um vínculo de quase 50 anos. E, ainda que o tempo corra e siga em direções diferentes para todos nós, sempre conseguimos nos reencontrar em algum momento. Meu carinho e amor por vocês! E não menos pelos ausentes Luíza Cypriani, João Toledo, Amilton/Juninho/Alemão e Augusto Veríssimo, esse último, meu amigo e irmão, que nos deixou em 2005.

Os anos no Colégio Ibituruna foram marcantes para mim e, creio, para muitos da turma que concluiu o ensino no Ibituruna em 1982. As lembranças são as melhores possíveis e talvez tenhamos enraizado muitos sentimentos dessa época. Se assim não fosse, não seria possível deparar-se por acaso com a história de uma colega que você nunca mais viu e ainda assim sentir uma pontada de orgulho.

Ao menos, foi essa a sensação que tive ao ler uma extensa entrevista sobre a jornada esportiva de Ana Paula de Tassis Pisoler, atleta Top 10 da nossa turma, que “abrilhantou as quadras do Brasil e do mundo da década de 1980 até 2000”, conforme destaca a matéria.

Então, que venham mais encontros, mais memórias, mais histórias e, quem sabe, possamos comemorar, lá na frente —  que não deixa de estar logo ali —, “setentando” juntos. E, quando esse dia chegar, espero estar presente para ouvir Paulinho Bundinha proclamar, com a mesma convicção: “Os 70 são os novos 50!”

E para quem da turma ainda não sessentou, 2025 já está aí! Porque desse ano, ninguém escapa.

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