Já está em operação, desde segunda-feira (6), o Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE) da Bacia do Rio Doce. A finalidade é auxiliar na prevenção e gestão de crises relacionadas ao período chuvoso, que começou em outubro e vai até março do próximo ano.
A ferramenta é operada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e conta com o apoio dos Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
O SACE disponibiliza, em tempo real, e de forma sistematizada, boletins com previsões sobre os níveis de vazão da calha dos rios, informando o volume e tendências de vazão, contribuindo com a construção de planos de contingenciamento de cheias e minimizando o impacto de eventos críticos.
O monitoramento dos rios é feito por meio de sensores de nível, que medem a variação das águas com alta precisão. Também são utilizados pluviômetros automáticos, capazes de registrar a quantidade de chuva em intervalos de segundos. Os dados são recebidos, organizados e consolidados em forma de boletins de monitoramento, enviados às defesas civis estaduais, municipais e demais órgãos de interesse.
As estações de monitoramento do SGB/CPRM estão localizadas bem ao meio do leito dos rios. Esse método de acompanhamento é mais eficaz que réguas, pois os sensores recebem manutenções periódicas e conseguem medir até o fundo do rio. Já as réguas ficam às margens do rio, medindo apenas a água que entra no remanso, não levando em conta as questões do assoreamento.
Atualmente, sete estações estão em operação na Bacia do Rio Doce, localizadas nas cidades de Ponte Nova, Nova Era, Naque, Governador Valadares, Tumiritinga, Colatina e Linhares. Por haver integração e operação única, o SACE é capaz de apontar, com segurança, o impacto da corrente de água.
Atuação nas cheias
Cabe ao CBH Doce, por meio de Grupo de Trabalho de Cheias, criado no âmbito da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC), apoiar, articular e acompanhar estudos, projetos e ações relacionadas com a operação, ampliação e modernização do SACE/CPRM na Bacia do Rio Doce.
Também é de responsabilidade dos comitês a articulação para a abertura da Sala de Crise da Cheia do Rio Doce, que reúne representantes da Casa Civil da Presidência da República, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), Defesa Civil de Minas Gerais e do Espírito Santo, Cemig, Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), SGB/CPRM e da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – Filial Governador Valadares, sob coordenação da ANA. Na Sala são repassadas informações sobre o monitoramento e previsões.
Além do trabalho de apoio ao SACE, os CBHs também investem financeiramente na melhoria do Sistema de Alerta. Em 2023 já foram investidos cerca de R$ 300 mil e a previsão é que mais de R$ 1,3 milhão sejam desembolsados para o fortalecimento da ferramenta ainda este ano.