Taxistas lotados no Ponto JK, na avenida JK, em Governador Valadares, querem voltar para o local de origem, onde atuaram nos últimos 45 anos. Em setembro de 2016, eles foram transferidos “provisoriamente” para o outro lado da via, para dar espaço para as obras que começavam do Supermercado Coelho Diniz.
O acordo que garante o retorno para o Ponto JK está documentado no ofício 178/2016, assinado no dia 12 de setembro pelo ex-secretário Municipal de Serviços Urbanos Eduardo Valadares e mais sete taxistas.
De acordo com o documento, “o retorno do referido ponto para o local de origem está amparado pela Lei Municipal 6.609, de 09 de janeiro de 2015, Artigo 21 $ 1º – XV porém, poderá ser efetivado após a conclusão da primeira etapa da obra, pois nesta etapa será necessária instalação de equipamentos e entrada de materiais pesados”, diz o texto.
Após cerca de 45 anos lotados na Avenida JK, nº 1934, os taxistas foram deslocados para o outro lado da rua, em frente ao muro do Sesi, com a promessa de voltarem em breve, o que não aconteceu. Ainda assim, os motoristas continuam pagando para a prefeitura a taxa de uso e ocupação do solo como se estivessem no ponto de origem.
A obra já está inaugurada, mas os profissionais ainda não têm um posicionamento da prefeitura. Eles alegam que estão sendo prejudicados, pois o local atual não é estratégico para a prestação do serviço, principalmente depois que o supermercado começou a funcionar.
“A grande maioria dos nossos passageiros mora em bairros que ficam na direção oposta do sentido ao centro, que é a nossa posição hoje, nos obrigando a fazer um retorno que antes era desnecessário. Além do mais, no lado de lá, poderíamos nos beneficiar da clientela do supermercado, que para chegar aqui tem que atravessar toda a avenida, passando entre os carros, com sacolas nas mãos, já que a travessia não conta nem com semáforo, nem com faixa de pedestre”, reclama o taxista Eneias da Silva.
O ponto atual também é considerado indevido e até perigoso, já que a prefeitura não realizou o recuo na via para o estacionamento dos veículos. “O espaço aqui é a conta, quando abrimos a porta para entrar ou sair do carro temos que ter bastante atenção para não ser pego de surpresa por outro veículo”, alerta o taxista Moacir Romão.
“Passamos para cá após assinar um documento e gora a prefeitura tem que cumprir, mas até agora nada”, completa ele.
Cobrança
No dia 20 de dezembro do ano passado, o Sindicato Intermunicipal dos Taxistas e Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Governador Valadares entregou um ofício ao secretário de Obras, Carlos Ferreira Chaia, explicando a situação e pedindo providências.
O sindicato ponderou que o não retorno deles para o ponto onde são cadastrados traz risco de ocupação do espaço por transportadores clandestinos, ocasionando ainda mais prejuízos aos taxistas que já deveriam ter voltado para a calçada do supermercado.
No documento, o presidente do sindicato, Antônio Fernandes Neves, lembra ao secretário que o projeto de construção do supermercado não contemplava o acesso ao estabelecimento pela avenida JK, mas apenas pela rua Moreira Sales. Contudo, a entrada foi feita, retirando mais espaço dos taxistas, segundo o sindicalista.
Por fim, o sindicato disse que não concorda com a atitude arbitrária que foi tomada, “pois sequer ouviram os profissionais que há anos tiram seu sustento ficando naquele ponto 24 horas” e pediu solução para o problema que atinge cerca de 14 taxistas.
A prefeitura de Governador Valadares foi procurada para falar sobre a situação dos taxistas e se há previsão para o retorno deles para o local de origem, mas não houve retorno.