Tunnel of Love

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tunnel of love
Imagem: Divulgação

Amo Dire Straits. Não sei se é a vez, prefiro entender que é, de perguntar a vocês, se conhecem a banda. Claro que alguém ama, músicas que fazem a dança, no walk of life, deixar a vida um pouco mais alegre. É só o que se deve. Penso, logo sou feliz. Sou aprendiz.

Mas na risca do giz, Professor que sou, na lousa à minha frente, paro um instante para ver o mundo. E olha só, para você ver, que na tevê, e na internet do mesmo modo, começaram os jogos, olímpicos como dizem. Eu não poderia ser mais sortudo, ao ver meu Potchucko pedir pipoca para a Mãe, para quê se dê um acomodar no sofá e assistirmos a abertura. Disse ao pequeno, mocinho que tenho, a desenvoltura dos atletas e do planeta para, por alguns segundos, conquistarem medalhas e paz. É a festa que se faz, no lapso de quatro voltas ao sol, recorde que sempre espero com esmero. É um dos meus refrigérios. Seu sorriso assim desfilado também é.

E logo vejo a graciosidade, das cenas e da mocidade, de Rayssas e Rebecas darem a nota da festa, lá em cima e lá embaixo. Lágrima pode deitar, na emoção de rolar, maratonas que terminam em dias, anos que duram. Cortadas na bola, esferas que rodam, no mundo redondo, plana apenas a mesa do tennis. Nega isso não, gente. Não dá bobeira, é o que o meu Potchucko costuma dizer. Conhecimento para ele desde o alvorecer.

Contudo, vejo um povo sisudo que se incomoda de novo com a alegria de alguém. Não dizem amém para isso, do amor que desfila na passarela, dando este notas de cores para a orquestra, cantarolando que toda a forma de amor vale a pena. Claro, nesse caso digo, lembrando Pessoa, se a alma não é pequena. Na Ceia de fazer, todos se ajuntarem, como num café da tarde, aqui de Minas Gerais, além dos círculos olímpicos, festejar a união e o amor de qualquer modo. Penso que a centelha de amar é sempre mais bela do que uma querela dita no X ou em outra rede. Qual é a sua sede, amigo ou amiga, que vê na Olimpíada, algo para separar? Nem no último encontro, do sagrado momento que se liturgia, o Nazareno não disse nada que desaprova. Não lembro desse evangelho, Velho. Amor é a nota, de todas as cores que se possa, na aquarela pintar, o colorido de dizer que sim, fico com você. Ah, se besta sô, pão-de-queijo pra comer, porque fome deve ser essa coisa de reclamar de festa. Tem comida à beça. E amor para todos também. Discuta não e curta o que tem.

Ainda escuto Dire Straits, sou geração anos 80, e tem patroa que arrepia de ouvir isso, ao lembrar que sou dessa época. E amo Tunnel of Love, uma música que mostra o quão é divertido amar alguém. Ninguém é solidão, mas não chora não, que na crônica que escrevo, e nas olimpíadas que se joga agora, todos estão convidados a sentar-se à mesa e se banquetear com vinho, uva, musas e musos, de todos os gostos, formas, credos e pensamentos. Olha, sem nenhum tormento, pudor eu não aguento, logo não se core assim. Avexe não. Amar é coisa do coração. Pratique essa modalidade esportiva, meu bem. Tenha esse ouro no couro e no peito. É o melhor jeito.

Mas sei que muitos não veem assim, a se perturbar, enfim, com o enamorar do outro. Porém fico bobo, abestado só, de presenciar tanto quiproquó com o beijo de alguém. Lábios que se tocam, pelos que se arrepiam, recordes conquistados na história, melhor que medalha no pescoço é o conforto do quentinho no coração. Paixão no pódio então. Ah, eu amo de montão, testemunhar a vida que se mostra, louca aventura da nota, maior que salto de ginasta. Deixa você, Cabra, Moça, Peste, o sentimento acontecer, a alma pedir para ser, vida enquanto se é. Jogos olímpicos terminam no fim do mês. E a vida, quando menos se percebe, foi embora de vez. Delicie-se com o tangenciar da tez, arco e flecha no alvo, Cúpido que te leva pro alto. Namoro é melhor que ódio, escrevo assim para entender.

Balde de pipoca quase terminando, Potchucko adorando, a celebração dos povos na tela da tevê. E eu fico a mercê, de chorar e perceber, o quão a vida podia ser melhor, se todos nós fôssemos olímpicos, unidos em jogos maiores. Amigos nos recordes da amizade, correndo mais que a idade, de dizer para o outro que, sim, pode ser o que quiser. Acredito mais no amor demonstrado do que no cultuado, de resistir a língua, mas não a pele, de confraternizar com irmãos a separar-se em nãos, de nunca sofrer sozinho, mas rir junto, sobre qualquer assunto e em qualquer lugar. Os cinco continentes, todas as culturas e gentes, idiomas e vestimentas, infinitas diferenças, uma única razão: somos humanos. E para que o engano? Erre comigo, corra acompanhado na linha de chegada, e deixe que sua morada seja a residência das vitórias de humanidade. Dionísios e Galileus vão comemorar essa saudade, brindando e embriagando com essa verdade, de ter compreendido que todos venceram. Círculo é o símbolo do infinito, alfa e ômega, princípio e derradeiro, início e fim, do eterno enquanto dure. Aos menos um hoje escute, e a Terra será poupada para ser amada: união não é separação. Juntos, os círculos olímpicos são a representação que todos nós somos para sempre. Amor, quero você assim ao meu círculo. Vamos fazer um… Pensou bobeira, hein!

Papai, acabou a Pipoca… quero mais!!!”

Potchucko, venha e dê uma volta comigo: vamos na roda gigante! De lá veremos a cidade e todos caminhando lá embaixo. Ouviremos vozes sussurrantes e daqui a quatro anos teremos mais Olimpíadas. Agora lhe ofereço a vista e deixo você brincar no carrossel, ver os namorados e namoradas tirarem fotos no dossel e lhe compro uma maçã do amor, a mais doce do jardim. Ao fim lhe dou de presente uma bola grande, um abraço de urso e esse esplendor de amar de verdade. Mostro a ti, mocinho, o brinquedo mais divertido do Parque, para que embasbaque de como é gostoso caminhar por aqui. Um dia você terá a idade e espero que tenha a sobriedade, na sensatez de encontrar, a perdição de um amor. E, talvez, um tunnel of love você percorrerá, albúm do Dire Straits que deixo pra você, filho meu, legado que entrego para um dia escutar…

Talvez para alguns anos mais tarde cantar…

Getting crazy on the waltzers

But it’s the life that I choose.

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