A valadarense Michele Dias Abreu, 43 anos, alcançou um momento de grande notoriedade nas redes sociais no início deste mês de abril, quando um de seus vídeos se tornou viral, alcançando mais de 3 milhões de visualizações. No entanto, o sucesso durou pouco e rapidamente se transformou em uma grande dor de cabeça.
Michele foi denunciada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) nesta sexta-feira (17), pela prática e incitação de intolerância religiosa. No vídeo postado no dia 5 de maio, em seu perfil no Instagram, ela fez comentários relacionando a tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul (RS) ao grande número de terreiros de macumba no estado, o que gerou uma onda de críticas e indignação.
[O que está acontecendo no Rio Grande do Sul… Deus está descendo com sua ira total. Não sei se vocês sabem, mas o estado do Rio Grande do Sul, ele é um dos estados com o maior número de terreiros de macumba no Brasil, maior que a Bahia. Estava vendo ontem.. em algumas igrejas, alguns profetas já estavam anunciando, em janeiro, fevereiro, sobre algo que iria acontecer no Rio Grande do Sul, devido a ira de Deus mesmo. Então as pessoas estão brincando, brincando, e muitos inocentes pagam o preço junto, infelizmente, infelizmente, e misturando aquilo que é santo. Deus é santo. Não há um Deus maior que ele. E as pessoas estão abusando disso. Vocês podem ter certeza que Deus não divide sua honra com ninguém, não divide. Isso vai ter consequências, já temos consequências aí… Viu o que está acontecendo no estado do Rio Grande do Sul? Por que foi o estado do Rio Grande do Sul, por que não foi o estado de Santa Catarina?]
Com um perfil público e quase 32 mil seguidores, o vídeo foi compartilhado por diversos perfis e chegou a três milhões de visualizações.
Incitação ao crime
Na denúncia, a promotora de Justiça Ana Bárbara Canedo Oliveira afirma que, ao proferir esses dizeres, na condição de titular de perfil público e com milhares de seguidores, além de praticar o crime, a mulher também induziu outras milhares de pessoas à discriminação, ao preconceito e à intolerância contra as religiões de matriz africana.
A promotora de Justiça pede ainda, como medidas cautelares, que a mulher fique proibida de ausentar-se do país sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de matriz africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul.
Em caso de condenação, segundo o MPMG, a pena pode ser de dois a cinco anos de reclusão, além de multa.
Youtubers
Além de receber críticas de internautas em sua rede social, a influenciadora valadarense Michele Abreu – casada com o médico Rodrigo Bretas Abreu, do laboratório Examinare – foi alvo de chacota de youtubers famosos, entre eles o comediante e humorista Tiago Santineli, que não perdoou a fala da “cristã” dizendo que a culpa da tragédia no Rio Grande do Sul seria dos umbandistas.
Clique na imagem abaixo para ver o vídeo
“Me expressei mal”
Logo após a repercussão negativa do vídeo postado no dia 5 de maio, Michele Dias Abreu voltou às redes sociais para pedir “perdão” e dizer que se “expressou mal”. Confira abaixo:
Michele ainda não se manifestou publicamente sobre a denúncia do MPMG.