Câmara também arquivou, sem investigar, pedido de cassação de André Merlo em 2018

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Câmara também arquivou, sem investigar, pedido de cassação de André Merlo em 2018
Pedido de cassação terminou, em 2018, com pedidos de desculpas. Imagem: Divulgação

A Câmara Municipal de Governador Valadares arquivou, na sexta-feira (2), um pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar denúncia de possível desvio de dinheiro público na prefeitura local. Essa não é a primeira vez que o prefeito André Merlo (União Brasil) é denunciado por irregularidades e os vereadores fazem vista grossa.

Em 2018, o estudante de direito Rodrigo Carvalho protocolou, no Legislativo, uma denúncia por infrações político-administrativas com pedido de afastamento e cassação do mandato do prefeito. Os vereadores da bancada governista rejeitaram as acusações e a denúncia foi arquivada.

O episódio tratava-se de um áudio divulgado nas redes sociais, em que o prefeito tentava coagir o então vereador Jacob do Salão a votar no candidato do governo a presidente do Legislativo, o vereador Alessandro Ferraz. A autenticidade do áudio foi confirmada pelos envolvidos. Ouça o áudio aqui.

“Bom dia vereador Jacob, tudo bem? (…) Eu tô apoiando o vereador Alê, segundo o Paulinho Costa ele vai votar na chapa que eu indicar, e eu quero saber sua posição, entendeu. (…) eu quero sua posição, porque dentro do que nós combinamos, as nossas coisas aí, inclusive a rua Cantídio, aqueles negócios tudo lá, eu já vou mandar parar. Eu tô ligando aqui para o Alcyr pra parar com esses negócios tudo… eu não ia entrar nesse jogo não, agora eu tô entrando pra gente conversar com bastante seriedade (…)” – Trechos da fala do prefeito André Merlo, no áudio. 

Na ocasião, o estudante justificou que não restava dúvida de que o prefeito teria usado indevidamente de seu cargo para ameaçar paralisar as obras em execução na comunidade do vereador Jacob, caso ele não votasse no candidato indicato pelo Executivo.

O caso foi parar no Ministério Público (MPMG), nas mãos do promotor Leonardo Valadares Cabral, que arquivou o inquérito. Para ele, o áudio aparentava retratar uma conversa entre pessoas próximas e com algum grau de intimidade.

Ele ainda argumentou que era preciso “observar as fotos que mostram Jacob e o prefeito, lado a lado, em meio a sorriso, discursos e estreita convivência, situação que seria incompatível caso o áudio representasse, efetivamente, uma ameaça”.

A fala do promotor Leonardo Cabral fazia referência a um vídeo em que o prefeito pede desculpas ao vereador Jacob pelo “mal-entendido”.

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