Dez assentamentos localizados na Bacia do rio Doce, em Minas Gerais, serão beneficiados com o Plano de Ação em Educação Territorial proposto pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e aprovado em janeiro deste ano pela Fundação Renova.
O projeto visa reparar os danos causados às famílias de sem terra atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). “A educação é fundamental para a reconstrução da vida na bacia, da vida em todas as suas dimensões, da terra, das pessoas, das comunidades para um recomeço”, afirma Matilde de Oliveira, do setor de educação do MST.
As ações partem do princípio da educação do campo e da agroecologia e consistem na realização de cursos de formações promovidos pelo Centro de Formação Francisca Veras, um deles voltado para as coordenações de áreas, associações e educadores das comunidades, e o outro destinado aos sujeitos dos territórios.
“O projeto vai trabalhar com pessoas dos assentamentos do médio rio Doce, da Bacia do rio Doce, com formação de lideranças que já são formadoras nessas comunidades. Também vamos fazer formações nas comunidades com crianças, adolescentes, jovens e adultos”, planeja a dirigente.
De acordo com o MST, a educação é uma das linhas que integram o programa do movimento para a recuperação da bacia. Entre as ações em andamento, estão a assistência técnica e o reflorestamento de 5.260 hectares na região, os quais englobam 2.500 hectares de sistemas agroflorestais para produção de alimentos saudáveis nas áreas da reforma agrária de quatro municípios atingidos.
O reflorestamento faz parte do plano nacional que prevê o plantio de 100 milhões de mudas em 10 anos, o “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”. (Por Geanini Hackbardt)