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O amor é lindo

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o amor é lindo
Imagem: Reprodução/Internet

Coluna Sorrindo o leite Derramado

Ah, como é bonito o amor! Parceria, sonhos comuns, projetos… A vida a dois é muito melhor! Vinicius já dizia que é impossível ser feliz sozinho!

Mas será mesmo que é impossível? Muitos hoje valorizam a SOLITUDE como uma forma de autoconhecimento e de alcançar a felicidade… Pode ser! Mas ter alguém pra dividir angústias e alegrias é bom demais, né?

O amor como conhecemos nos dias de hoje – aquele dos filmes da sessão da tarde! Bem, esse amor é uma novidade, se formos contextualizar na história da humanidade!

Casamentos na idade média eram privilégio dos nobres. Os pobres se amasiavam e pronto! E o casamento de barões e baronesas pouco tinham haver com amor! Eram acertos que uniam terras, exércitos, posses… Romeu e Julieta era só uma história do velho bardo inglês. E uma história, como todos sabem, com um final indigesto!

Muitos casais eram unidos antes de nascer! Pelas famílias que já traçavam seus interesses comerciais, políticos ou de conquista de territórios.

O amor das comédias da sessão da tarde é uma conquista de, no máximo, trezentos anos. Digo conquista no sentido de o indivíduo escolher com quem quer dividir a cama e ter filhos. E, vamos combinar, muitos casamentos atuais, seguem o modelo medieval!

Eu, como médico de adolescentes, acabo presenciando muitos namoros e amores! Claro, não é minha função interferir, mas sempre tenho um ouvido para os jovens enamorados.

O que eu percebo é que essa geração, não diferente das outras: é muito ambivalente. Alguns são bem progressistas nos costumes e mostram avanços nas relações, outros são tão ou mais conservadores que seus pais.

Às vezes me surpreendo com a universitária feliz participando de um trisal! Ela é feliz namorando dois colegas… como a Zelda de Armação Ilimitada nos anos 80… Não sei dizer o que pensam os rapazes. Posso dizer que fazem sexo seguro e gostam de compor músicas também… Na diversidade de comportamentos, tenho vários casais homoafetivos felizes também!

Por outras vezes fico chocado com jovens mergulhadas em relações tóxicas e, obviamente, sofrendo muito e apresentando clínica de transtornos de depressão e ansiedade.

Então vejo novas formas de relacionamento, quase inimagináveis há uns anos atrás. E também vejo meninas e meninos que se respeitam e se relacionam de maneira madura.

O que me apavora e me deixa preocupado é a relação de posse de alguns casais. A começar pelo tal “anel de compromisso”! Um símbolo de posse, que não tem nada haver com amor! Ou com a foto de casal “num relacionamento sério” na rede social! Tento conversar com eles e pedir que reflitam sobre essa sensação de posse. Ela resvala facilmente para o ciúme exagerado e para o controle do(a) parceiro(a)! E assim iniciamos uma relação tóxica!

O combate a relação tóxica e o incentivo ao que eu chamo de “gentileza no namoro” é uma rotina na minha prática profissional. Essa questão é mais profunda do que pode parecer. O machismo e a toxicidade são a raiz de vários agravos da adolescência: a gravidez precoce, as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), a violência contra mulheres e contra o público LGBTQIA+.

Sempre digo para os jovens que namorar tem que ser divertido. Você não vê a hora de se encontrar! Quando o namoro começa a ficar tenso, a ter medo, a ter que escolher palavras, é porque está na hora de terminar!

Temos que estar atentos aos nossos jovens e desestimular relações tóxicas! O namorado tóxico pode se tornar o marido agressor e a história pode terminar muito mal.

Por outro lado, é necessário e importante que nossos jovens tenham sim experiências de ficar e namorar. Elas são um treino para a vida adulta e uma forma de se conhecer e amadurecer para as relações futuras.

As relações de nossos jovens, na verdade refletem a nossa sociedade. Eles aprendem com os pais, tios, amigos e com o que veem na mídia. A sociedade tem muito que avançar no respeito às minorias, na igualdade de gênero e no combate à violência.

Mas comecei essa coluna pra falar que acho que o amor é lindo!

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