POLÍCIA CIVIL “ESTOURA” DEPÓSITOS CLANDESTINOS DE REMÉDIOS EM VALADARES

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depósito de medicamentos clandestinos distribuía para gv e região
Medicamentos foram apreendidos em depósitos clandestinos que distribuíam para Valadares e Região. Foto: Fábio Monteiro

A Polícia Civil estourou, na tarde desta quarta-feira (30), um depósito clandestino de distribuição de remédios no bairro Morada do Vale, em Governador Valadares.

Seis pessoas foram detidas, entre elas um cabo do Corpo de Bombeiros, e uma grande quantidade de caixas de medicamentos apreendidas.

De acordo com o delegado Clériston Lopes Amorim, a Delegacia Especializada em Tóxicos e Entorpecentes vinha recebendo denúncias de comércio ilegal de medicamentos.

Há cerca de 30 dias, as investigações vinham sendo feitas até que os policiais prenderam um entregador, que, de imediato, disse que era contratado por um cabo do Corpo de Bombeiros que não teve o nome revelado.

A Polícia civil prendeu o bombeiro em flagrante e acionou o comando do 6º Batalhão de Bombeiro Militar, em Valadares, que o custodiou até a Delegacia Regional.

Com essas prisões, os policiais chegaram a um depósito no bairro Grã Duquesa, que funcionava de maneira legal, mas comercializava medicamentos proibidos ou adulterados. O local foi lacrado pela Vigilância Sanitária.

O outro depósito funcionava no bairro Morada do Vale, próximo à rotatória do Anel Rodoviário, e não era registrado pela Vigilância Sanitária.

Nele, a Polícia Civil encontrou várias caixas de remédios que vão desde pastilhas para garganta até remédios proibidos, liberados apenas para uso hospitalar.

depósito clandestino de remédios em gv
Um dos depósitos clandestinos funcionava no bairro Morada do Vale, em Valadares. Foto: Fábio Monteiro

Laboratório para adulteração

Segundo o delegado Márdio Bento Costa, que também trabalhou na operação, no depósito do Morada do Vale havia também uma sala que funcionava como laboratório para adulterar embalagens dos remédios.

Um servidor da Vigilância Sanitária que acompanhou a operação afirmou que o local não existia nos registros do órgão.

Os funcionários do depósito usavam produtos como acetona, algodão e gilete para adulterar datas de validade e outras informações importantes, como remédio de comercialização proibida.

As investigações indicam, conforme a polícia, que os medicamentos eram entregues em farmácias de Governador Valadares e também da região.

Medicamentos de prefeituras e hospitais

O que mais surpreendeu os policiais foram os remédios destinados a hospitais ou prefeituras encontrados no local.

Havia em algumas caixas adesivos indicando que determinados medicamentos pertenciam ao Hospital São Vicente de Paulo, no município de Poté, e outros ao município de Coronel Fabriciano.

“São medicamentos que deveriam estar em hospitais e postos de saúde, mas estavam neste depósito clandestino, comprovando também o desvio do bem público”, afirmou o delegado Márdio.

O policial informou que uma parte dos medicamentos será levada para a delegacia para compor o flagrante e o restante será recolhido pela Vigilância Sanitária, que vai tomar todas as providências administrativas, inclusive fazendo encaminhamentos às vigilâncias sanitárias das cidades para onde os remédios seriam destinados.

PC apreende remédios clandestinos em gv
Uma grande quantidade de remédios foi apreendida pela Polícia Civil. Foto: Fábio Monteiro

Márdio disse ainda que todas as cidades e entidades que constam nas embalagens encontradas serão acionadas pela Polícia Civil.

Segundo ele, todos os seis detidos foram conduzidos à delegacia para levantamentos das respectivas responsabilidades. A partir daí, eles poderão ser autuados em flagrante.

“São crimes gravíssimos, incluindo correspondente a crime hediondo de falsificação ou adulteração de medicamentos, artigo 273 do Código Penal”, ressaltou o policial.

Ele acrescentou ainda que também será verificado “se há o crime de tráfico de drogas, associação para prática de delitos, inclusive crimes contra a administração pública, já que foram encontrados medicamentos públicos”, concluiu.

Veja o vídeo onde policiais explicam como as embalagens eram adulteradas:

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