Juntar moedas em cofres: bom para quem poupa, ruim para quem dá troco

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(Foto: Divulgação)

Se o mundo caminha rumo à evolução econômica, preservar antigos hábitos, como guardar moedas em cofres, ainda pode ser uma boa alternativa para economizar.

Seguindo os bons resultados divulgados na mídia, aos poucos mais pessoas recorrem aos cofrinhos, que vão ganhando espaço nas casas de quem acredita que vale a pena utilizá-los. Com isso, as pratinhas vão sumindo da praça e para mantê-las circulando, a alternativa é oferecer brindes ao consumidor.

amanda mendes junta moedas
Amanda Mendes diz que não vê a hora de contar as moedas de R$ 1

Mas tem gente que não se preocupa com isso. Alheia aos incentivos que o comércio oferece para trazer as pratinhas de volta aos caixas, a vendedora autônoma Amanda Mendes de Oliveira diz que não vê a hora de abrir o galão de 20 litros que usa para juntar as moedas de R$ 1.

Ela conta que guardar moedas em cofres é um hábito da família, que economiza principalmente para gastar nas férias de final de ano.  A irmã caçula, de 12 anos, também segue os passos de Amanda, dos pais e de tios. Todos os dias ela faz a contagem das pratinhas de R$ 0,50 que guarda em seu cofrinho, diferente da irmã, que até tampou o galão para evitar a tentação de gastar antes da hora.

Amanda diz que começou a economizar há cerca de um ano. A motivação maior veio depois de ver a história na TV de um rapaz que conseguiu juntar mais de R$ 11 mil somente em pratas de R$ 1.

Como já tinha o hábito de economizar, não foi difícil encarar a meta de encher com moedas um galão de 20 litros de água. Ela explica que o segredo para conseguir tanta pratinha é procurar garanti-las em qualquer relação comercial. “Se faço um lanche na rua e tenho pratinhas para pagar, não as utilizo. Dou uma nota e com isso acumulo mais moedas para meu cofre”, orienta.

Além do galão, Amanda também tem utiliza como cofre garrafas pet menores para juntar moedas de R$ 0,50. O Objetivo, segundo ela, é colocar tudo na poupança para custear as despesas com o casamento.

A secretária Kely Cristina Figueiredo também está ansiosa para encher o cofrinho que comprou em 2017 para economizar. Sua meta inicial, de comprar um anel em ouro com a primeira letra do seu nome, já foi alcançada.

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Secretária Kely já conseguiu encher mais da metade do cofre

“Meu cofre está com moedas até metade e agora o esforço é para completá-lo”, diz ansiosa. Ela lembra que embora já quisesse começar a economizar as pratas, o acaso deu um empurrãozinho. “Tinha uma bolsa velha que estava muito pesada e então minha mãe a desmontou e descobrimos um fundo falso com R$ 45 em moedas. Então percebi que se tivesse um foco seria possível continuar guardando as moedas”.

Outra motivação foram conversas em grupos do whatsapp de mulheres que fizeram economias ao longo do tempo e conseguiram pagar até cirurgia plástica. “Quando vi que uma delas conseguiu colocar até silicone, senti que estava no caminho certo. Confesso que não é fácil, mas vou resistir”, afirma.

Brindes por moedas

Falando em moedas, elas são as queridinhas do comércio. Precisam estar por toda parte, até porque o artifício  de utilizar centavos nos preços está constatada, cientificamente, que estimula a compra, dando a sensação de preço menor do que o real.

Prova disso está no sucesso das lojas de variedades populares, que tomaram conta do comércio, sempre utilizando valores ‘quebrados’, como R$ 1,99 ou R$ 9,99, para tentar atrair o consumidor, fazendo-o pensar que o preço é R$ 1 ou R$ 9, e não arredondar para cima, que seria o mais correto.

Ninguém sabe melhor do que Maria Fernanda Esteves, funcionária de uma confeitaria em Governador Valadares, o valor das moedas no dia a dia dos caixas.

Para incentivar o consumidor a pagar com moedas, o estabelecimento oferece brindes. A cada R$ 200 em moedas, o cliente leva um bolo; se as moedas somarem R$ 300, o dono das pratas leva uma rosca; para a troca de R$ 400 em moedas, o brinde oferecido é uma rosca simples e mais uma de leite condensado.

“A questão das moedas serem bem vindas é justamente por isso: ao mesmo tempo que precisamos delas no caixa, outras pessoas, que têm o hábito de juntá-las, também procuram obtê-las para guardá-las em cofres, então é normal que, às vezes, ela esteja em falta no mercado”, justifica Maria Fernanda.

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Confeitaria oferece brindes em troca de moedas (Foto: Mari Fialho)

 

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