VEREADOR DISSE QUE MATOU PREFEITO POR MEDO DE MORRER

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Vereador Marquinho do Depósito foi detido pela PM no bairro Retiro dos Lagos. Imagem: Roberto Higino

O vereador de Naque, Marcos Alves de Lima (PSDC), o Marquinho do Depósito, 56, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram o prefeito da cidade, Hélio Pinto de Carvalho (PSDB), também conhecido por Hélio da Fazendinha, foi preso, ainda na manhã deste sábado (13), em Governador Valadares. Ele foi detido pela Polícia Militar no bairro Retiro dos Lagos.

Quando era levado pelos policiais da viatura para a Delegacia Regional, o vereador deu sua versão dos fatos. Ao descer do veículo da PM, Marcos tirou a camisa para mostrar as marcas dos golpes de taca (chicote) que levou da vítima.

Segundo o vereador, ele estava em cima do cavalo quando tentou conversar com o prefeito sobre as máquinas que teria enviado para o local onde Marcos fazia uma cerca.

“Hoje não é dia de colocar máquina. A porteira ia entrar justamente ali, que era do município. Ele pegou a máquina, como prefeito, pediu ao operador para tapar o lugar. Eu cheguei para conversar com ele e da conversa começou uma discussão”, relatou.

Vereador Marquinho do Depósito disse que levou chicotadas antes de disparar e matar o prefeito Hélio da Fazendinha. Imagem: Roberto Higino

A discussão virou briga e Marcos disse que foi dominado pelo prefeito. “Ele quase me jogou ao chão, tomou a taca da minha mão e começou a me dar tacada. Eu me protegendo, me protegendo… chegou num ponto que o que eu ia fazer? Legítima defesa. Das tacadas ele poderia simplesmente ter disparado uma arma de foto porque ele é violento. Todo mundo sabe disso. Ele anda armado”, defendeu-se o vereador.

Marcos reconheceu que os dois eram adversários políticos mas afirmou que nunca houve nenhum desentendimento mais significativo entre eles. O vereador disse que o prefeito dominou a Câmara Municipal de Naque, elegendo o presidente da casa. “É uma picuinha que já vem há muito tempo. Ele não gosta da minha pessoa. Ele domina a câmara mas a minha pessoa ele nunca conseguiu dominar”, declarou.

O vereador disse ainda que dois colegas de câmara poderiam ter evitado tudo. Segundo ele, os vereadores conhecidos por Didi e Fernandão estavam presentes, junto com o prefeito, mas não impediram as agressões de Hélio. “Porque o Fernandão e o Didi não seguraram ele?”, questionou o suspeito, que disse ter licença para andar armado.

Arrependimento

Marcos disse estar arrependido mas reconheceu que na hora em que foi agredido, ficou de sangue quente. “Infelizmente eu fiz essa besteira. E agora? Fazer o que? Assumir o que eu fiz em defesa própria. A justiça vai determinar”, concluiu.

O vereador foi apresentado ao delegado de plantão. Quando era levado, ele ainda disse para a imprensa que estava vindo para Valadares afim de se entregar e que estava aguardando o advogado em uma chácara quando a Polícia Militar o abordou.

O prefeito de Naque, Hélio Pinto de Carvalho, morreu baleado no tórax e nas pernas. Segundo o Hospital Márcio Cunha, de Ipatinga, para onde ele foi socorrido, a morte foi confirmada por volta de 10 horas. A arma utilizada no crime foi apreendida com seis cartuchos ainda intactos.
O velório do prefeito Hélio deverá acontecer na Câmara Municipal de Naque, a partir das 21 horas deste sábado. O sepultamento está previsto para acontecer em Valadares, em cemitério e horário ainda a serem confirmados.

 

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