A prefeitura de Governador Valadares teria demitido, na última semana, cerca de 100 funcionários com a pretensão de diminuir gastos com a folha de pessoal. O excesso de contratados fez com que o município recebesse um alerta do TCE-MG (Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais), em agosto.
Segundo informações de servidores que preferiram não se identificar, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) seria a mais atingida com as demissões, o que teria levado o setor de odontologia, por exemplo, a uma situação de crise, já que teria sido o mais prejudicado com as exonerações.
Apesar dos cortes de pessoal, que estariam sendo feitos sem aviso prévio, a prefeitura teria afirmado a servidores que os serviços públicos não seriam afetados. No entanto, uma técnica auxiliar da saúde bucal acusou a falta de medicamentos, equipamentos estragados, descumprimento de horários e outros problemas relacionados ao abuso e assédio praticados por “chefes”.
Assédio
Ainda conforme servidores, apenas o CEO – Centro Especializado em Odontologia -, que fica na Policlínica Central e faz atendimentos secundários, apresentaria menos problemas de infraestrutura. Isso não impediria, no entanto, que o CEO deixasse de figurar como local com maior número de acusações de assédio, perseguições e abusos contra dentistas e auxiliares – disse um servidor.
Uma dentista da atenção primária, ou seja, que presta atendimento em unidades de saúde, comentou que é normal o coordenador da saúde bucal dispensar funcionários antes da hora, faltar ao serviço sem justificativa ou não cumprir horários.
Ele contou também que é prática comum coordenadores perseguirem dentistas e auxiliares. O servidor apontou ainda a falta de equipamentos e anestésicos nas unidades de saúde, impedindo a realização dos tratamentos odontológicos, e frisou que era obrigado, diariamente, a lançar procedimentos para “bater as metas da coordenação do Brasil Sorridente”.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde não se manifestou sobre as demissões de contratados, tampouco sobre as denúncias de prática de assédio moral e abuso de poder contra servidores da saúde bucal. Caso o município se pronuncie, atualizaremos esse conteúdo.