Advogados, servidores do judiciário e do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Governador Valadares realizaram, na manhã desta segunda-feira (21), ato contra o fim da Justiça do Trabalho, em frente ao prédio do Fórum da Justiça do Trabalho, no Centro da cidade. A manifestação foi puxada pela 43ª Subseção da Ordem dos Advogados (OAB-GV).
O ato aconteceu em diversas cidades do país e foi resultado das declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), de possível extinção do órgão.
O presidente da OAB-GV, Giuliano Almada, ressaltou que o movimento é técnico e apolítico e que a Justiça do Trabalho, entre todos os tribunais, é a que mais tem eficiência. “Nossa preocupação é com o trabalhador, que mais faz uso do órgão, pois sua extinção trará atrasos nas diversas demandas trabalhistas, como a previdenciária. Por isso não vamos concordar com a retirada de direitos e afronta à Constituição Federal”. Ele disse também que a OAB “jamais vai se omitir em fatos importantes para a sociedade”.
A advogada e vereadora Rosemary Mafra (PCdoB) frisou que não é possível aceitar a redução de direitos fundamentais da população. E isso não tem a ver com reserva de mercado, mas com a defesa de pessoas que precisam buscar direitos violados na justiça do trabalho”.
O servidor Levi Eller, secretário da 1ª Vara do Trabalho, lembrou que a Justiça do Trabalho é o ramo do poder judiciário com mais celeridade e efetividade no país e disse que o movimento buscava igualdade para todos.
Para o advogado Francisco Shimabukuru, com a extinção da justiça do trabalho a sociedade perderia uma das estruturas mais bem montadas no judiciário. Disse ainda que a desigualdade social é uma das grandes mazelas no pais e afirmou que “não vamos aceitar calados nenhuma retirada de direitos da sociedade”.
Na opinião do conselheiro da OAB-GV, Youssef Georges Saifi, “acabar com a justiça do trabalho não é o caminho, se existem distorções, elas devem ser reparadas”, acentuou o advogado.