O presidente da Associação dos Comerciantes de Areia do Rio Doce (Acard), Edertone José da Silva, decidiu armazenar, em tambores, a lama retirada diariamente do rio Doce por sua empresa de extração de areia localizada no bairro Santa Rita, em Governador Valadares.
Ele explicou que a lama de minério que vazou da represa da Samarco em Mariana, em 2015, está sendo acondicionada, inicialmente, em 50 tambores que serão lacrados e identificados com rótulos e classificação de riscos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo, serão utilizados cerca de 600 tambores.
O protesto visa chamar a atenção das autoridades para a necessidade de limpar o rio Doce, que se tornou barrento após receber uma enxurrada de lama provocada pelo rompimento da barreira de minério da Samarco, cujos donos são a Vale e a BHP Billiton.
“Já passou da hora de os responsáveis retirarem a lama depositada no fundo do rio. Na verdade, nem podemos chamar isso aqui de lama; lama é uma mistura de terra, argila e água, e isso aqui é uma mistura de lixo tóxico”, disse Edertone.
O areeiro informou também que vai enviar os tambores para a empresa Vale, em Valadares. “Nossa grande preocupação é o destino que a Vale dará a todo esse material tóxico, ou seja, o local em que ele será depositado”, concluiu.
